Porque será que confundimos nosso coração com sentimentos fortuitos? Sem sabermos ao certo o tom, a batida, o pulsar correto desse sentir? O coração é uma válvula que além da função de bombear sangue para todo nosso corpo, reflete direta ou indiretamente tudo que sentimos, nossas mais primitivas emoções. Então maltratamos nosso fiel amigo, o coração, com sentimentos errados, ou diria equivocados? Falar de amor ou que se ama alguém é forte, como dizer que se odeia alguém. Mas é difícil controlar isso, saber a medida certa do que sentimos, pois o mesmo coração que entrega nossos sentimentos, é o coração que nos trai, quando dispara célere por razão de uma emoção fugidia, que não sabemos explicar se é amor ou paixão. Ou se nada mais é do que uma nova conquista ou descoberta. Complicado para nossa mente e quiçá para o nosso velho coração distinguir tantos sentimentos e sensações. Sobrecarregamos o pobre coitado com tantas e tantas ações e reações distintas, que ele próprio já não sabe quando bater ou quando disparar. Mas nós seres humanos insistimos em confundir nosso amigo e quase esquecemos que ele é uma multifuncional e que trazemos no peito dois corações... Um que, como disse, bombeia o sangue pelas veias e o outro que bomba e bombardeia as emoções. Ou como disse aquela canção cantada por Dori Caymmmi: "Trago em mim, dois corações, um que é do mar, e um das paixões..."
Então me pergunto, será o coração a cidadela perfeita para se guardar tantos sentimentos? Claro que não, pois vira e mexe, sobrecarregado de tantas tarefas, ele mostra todo seu cansaço nos assustando com uma súbita parada, que chamamos de infarto. Mas o coração é até forte demais, pois suporta tantas pressões até seu último suspiro.
Mas a paixão o renova, o amor o eterniza, e fortalece mais e mais esse nosso multifuncional. Que bate alegre e esfuziante, a cada nova descoberta desse amor, ou dessa paixão. E quando se consuma todo esse sentir, o coração se tranquiliza, e bate no compasso sutil da vida, não daquela rotina monótona e enfadonha, mas do dia a dia quando acordamos alegres com os primeiros raios do sol, nos emocionamos com o entardecer e deitamos seremos em busca do sono restaurador...
É preciso sentir o pulsar hora compassado, hora descompassado do coração... Pois é a vida em seu todo a fluir por dentro de nós ao ritmo louco das emoções, dos sentimentos, das paixões e dos amores...
Nada sutil esse nosso amigo coração... Pois sempre encontra um meio de aparecer dentro de nós, com suas múltiplas manifestações desse nosso multifuncional.
Beijos e abraços enfeitiçados no coração.
Te amooo!!!
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