Às vezes regam a flor da tristeza
E também a semente da alegria
Lágrimas
Encharcam o coração de nobreza
Ou o espírito de euforia
Lágrimas
Formam sinuosas trilhas no rosto
No choro de uma presente saudade
Lágrimas
Ao tocar os lábios tem o salubre gosto
Da prisão ou da liberdade...
Lágrimas
Marcam a aflição de um desejo
Ou do gozo, o lúdico prazer
Lágrimas
Derramadas num último beijo
Ou por alguém que acabamos de perder...
Lágrimas
São como rios carregados de sensações
Que correm para um outro oculto mar
Lágrimas
Nas lembranças que trazem as canções
Ou neste meu afã irresistível de viajar...
Lágrimas
Que derramo quando lembro dos meus pais
Que se foram sem eu lhes pedir perdão
Lágrimas
Que vem tanto dos sorrisos, quanto dos ais
Deste peito inundado de emoção...
João Carlos L.