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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

LÁGRIMAS...

Lágrimas
Às vezes regam a flor da tristeza
E também a semente da alegria
Lágrimas
Encharcam o coração de nobreza
Ou o espírito de euforia

Lágrimas
Formam sinuosas trilhas no rosto
No choro de uma presente saudade
Lágrimas
Ao tocar os lábios tem o salubre gosto
Da prisão ou da liberdade...

Lágrimas
Marcam a aflição de um desejo
Ou do gozo, o lúdico prazer
Lágrimas
Derramadas num último beijo
Ou por alguém que acabamos de perder...

Lágrimas
São como rios carregados de sensações
Que correm para um outro oculto mar
Lágrimas
Nas lembranças que trazem as canções
Ou neste meu afã irresistível de viajar...

Lágrimas
Que derramo quando lembro dos meus pais
Que se foram sem eu lhes pedir perdão
Lágrimas
Que vem tanto dos sorrisos, quanto dos ais
Deste peito inundado de emoção...


João Carlos L.




segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MADRUGADA SEM SONO...

É soturna a madrugada...
O vento sopra e o ar esfria
Ouço o farfalhar das folhas na calçada
Enquanto a Lua em forma de foice tudo espia
Sons aleatórios sustam meu sono
No breu da noite, corpo e abandono...

Abro a janela e me invade o nada
O frio arrepia e incomoda meu respirar
Sombras dançam sob a luz da estrela pálida
E ouço passos distantes a caminhar...
Algo me dói no peito num sentir tão tarde
Talvez o nome dessa dor seja saudade...

Vejo fantasmas que dançam na esquina
Sob os faróis dos carros em movimento
O catador de lixo em sua triste sina
De tirar das sobras dos outros o seu provento
Lanço meu olhar além do que o pensar alcança
Sob a luz mortiça de minha tosca esperança...

Meus olhos tremem quando o sono de novo chama
E meu o corpo cansado reclama repouso
Deito lentamente no altar de minha cama
E de lutar contra Morfeu sequer eu ouso
Mas fechar as pálpebras se torna uma tentativa vã
Pois a claridade do Sol me avisa, que já é de manhã...


João Carlos L.