São pessoas com tristes máscaras de todas as cores
Expostas ao medo trafegam frágeis, com suas almas nuas
E em meu coração se aguçam todas as ânsias e dores...
Eu também um mascarado sou, entre elas, nessas ruas
Vejo pelo país, caixões baixarem em covas rasas e sem flores
Mascaro certezas e exponho minhas dúvidas tão cruas
Na ânsia de saber como e onde andam meus amores...
E os mascarados passam céleres por mim nessas ruas
Tentando esconder em seus rostos tamanha incerteza e aflição
Sabendo que na loucura diária suas vidas não são mais suas
Num misto mórbido de desamparo, abandono e solidão
Os mascarados que cruzam por mim nessas ruas
Trazem no peito a dor do desprezo de quem deveria cuidar desta nação...
João C. Lima