(Foto de Nina Solyukova/Olhares)
Chove...
Daqui dá pra sentir o cheiro do asfalto molhado
Da terra molhada...
Dos telhados mohados...
Uma brisa semi morna sopra o cheiro da chuva
Nesta noite gris de outono.
Nada resta.
Só o cheiro inconfundível da chuva
Que me reconforta e de certa forma me acolhe nesta solidão que me serve de exílio.
É bom, às vezes, estar só, mas é ruim ser sozinho.
Sinto-me como um planeta rodeado de luas que me orbitam, mas jamais me habitam...
Como as pessoas que conheço, mas desconhecem o que sinto.
Chove...
Dá pra sentir o cheiro do concreto molhado...
Dos meio fios molhados...
Das calçadas molhadas...
Das lajes onde a chuva jaz retida...
Como meu coração é uma laje... Cheio de poças de água da chuva.
Chuva que não pára, nem mesmo enquanto, aqui sozinho
Choro...
João C. Lima
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