Orvalho acolhido entre as pétalas da flor
Neblina aveludada que cobre solene a estrada
Fim da tarde tingindo o céu com rubra cor
Breu da noite quando se percebe entre o tudo e o nada...
Chuva fina desmaiando sobre os telhados da cidade
Poeira dançando que a luz esmaecida ilumina
Lágrima denunciando terna e dolorosa saudade
Brilho do olhar de um amor refletido na retina...
Vento que sopra nas folhas provocando um farfalhar
Mar arranhando a areia da praia com viril sutileza
Nuvens singrando nos céus em seu lento navegar
Calor de corpos entrelaçados entre o erotismo e a pureza
Lábios tesos na pueril ânsia de enfim se encontrar
Permitindo refletir na tez da alma, tamanha delicadeza...
João C. Lima.