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terça-feira, 24 de agosto de 2021

MESMO SOB A MÁSCARA(SERENA VOLÚPIA)...

Mesmo sob a máscara, pude perceber seu sorriso
Ensolarando ainda mais esse dia tão solar
No brilho dos seus olhos nuances claras do paraíso
Num olhar tão claro e profundo quanto o mais claro e profundo mar...

Mesmo sob a máscara pude sonhar seus lábios perfeitos
Seus dentes brancos como se fossem caiados cercadinhos
A alvez da sua pele espalhando pelo ar coloridos efeitos
Enquanto suavemente a brisa toca, seus dourados cachinhos...

Mesmo sob a máscara pude sentir seu hálito de canela e avelã
E desejei o doce sussurrar da sua voz a preencher meus ouvidos
Dessa moça que se confunde sutilmente com a brancura da manhã...

Mesmo sob a máscara quero seus beijos sendo pelos meus acolhidos
Quando em delírios me deixo intimamente seduzir nesse afã
Mascarada paixão atiçando com serena volúpia meus sentimentos contidos...



João C. Lima.

domingo, 22 de agosto de 2021

PLANALTO...

A grama queimada crepita sob o Sol branco e cáusticante
Um vento que vem e sopra num misto de quente e frio
Nas edificações ao redor um tom gélido e exuberante
E meu coração que chora na imensidão desse vazio...

Um mendigo fuma crack deitado na escadaria íngrime e infinita
Enquanto um carcará dança desengonçado sobre os telhados
Meu olhar se desvia furtivo ao passar de uma moça bonita
E no asfalto escuro automóveis cruzam assim desembestados...

O ar de tão seco racha os lábios e ofende minhas narinas
Mas esse vazio das ruas é que me deixa incomodado e aturdido
Nessa cidade sem mar, morros, botecos ou esquinas...

Sigo aqui tão solitário quanto perdido...
Cumprindo sob os olhos de Ogum minhas tantas sinas
Pois mesmo quando derrotado, nunca me dou por vencido...



João C. Lima.

domingo, 15 de agosto de 2021

LONGE DA MENINA QUE NA FOTO ME SORRIA...

Aqui onde a escuridão da noite chega vadia
Enquanto no céu a Lua pálida flutua fria
Nesta estranha e distante Brasília
Longe da menina que na foto me sorria...

Aqui onde o frio da madrugada invade a rua vazia
Enquanto no céu o brilho da última estrela se perdia
Nesta estranha e distante Brasília
Longe da menina que na foto me sorria...

Aqui onde a claridade da manhã chega assim sem alegria
Enquanto o Sol desperta em meio a monotonia
Nesta estranha e distante Brasília

Aqui onde a solidão em meu coração faz moradia
Distante de onde venho e sem estar onde queria
Longe da menina que na foto me sorria...


João C. Lima.