Entre minhas tantas tolices deixei escapar esse amor
Talvez por excesso de cuidados ou outros tantos medos
Troquei a ternura de um carinho pela rudeza da dor
E me fiz afundar num dos meus mais lúgubres segredos...
Sei que nunca mais vi um olhar tão cheio de candura e cor
E sofri como um idiota criando meus próprios degredos
Um amor não sobrevive só daquilo que o sentir supor
Como nem todos os enganos se fazem por si tão lêdos...
Vaguei por esse tempo, sem entender a falta desse doce ardor
Que deixei escapar como sempre repetindo meus torpes enredos
Hoje me atiro em busca dessa paixão seja do jeito que for...
Como as ondas aflitas do mar tentam se agarrar aos rochedos
Jurei para Deus, para o Diabo, ou para quem essa trama compor
Nunca mais deixar escapar um amor assim por entre os dedos...
João C. Lima.