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sábado, 26 de outubro de 2013

A PUTA...


Nesga
Da podre
Fruta
Oculta
No senso
Comum
Uma
Que é de todos
Desfruta
Sem sentidos
Sem sentimentos
Aparentes...
 
Dama da noite
Dona das ruas
De cada
Esquina
Roda e gira...
Gira a bolsa
Ou os glúteos...
 
Peitos amostra
Aliás tudo
Que posta
Cara a cara
Com a rua
Quase nua
Frente a frente
Com a violência
Violada toda noite
Dias até...
 
Labuta
Luta
A prostituta
Arguta
Astuta
Amarga fruta
Criança adulta...
 
Adulterada
Tão encontrada
Mesmo perdida
Em qualquer esquina
Em qualquer calçada
Àquele que a desfruta
No sorriso triste
No corpo machucado
No espírito cansado
A desesperada esperança
Descascada fruta
A puta...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 20 de outubro de 2013

NUA...

Nua
Clara morena
Rara
Pessoa
Entre lençóis
E mais
Nada
Linda alvorada
Belo crepúsculo...

Lisa pele
Na minha
Quente
Até
Derrete
Assim
Tão nua
Mato-grossense.

Reviram-se
Mundos
Quartos
Sentido
Desejos
Pele na pele
Perfume e suor...

E você
Linda
E breve
Tensa e leve
Bela imagem
Neste quarto
Entre lençóis
Calor de mil sóis
Você
Nua...


Beijos e abraços enfeitiçados

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

AO LADO DA MULHER AMADA...

  
Cada instante ao seu lado parece quase nada
As horas passam tão depressa assim...
Como as paisagens que vemos pela estrada
Ou como uma linda canção que chega ao fim.

Estar ao seu lado, é como ver estrelas na madrugada
É sentir seu corpo perfumado, de manjericão e alecrim
Ou ouvir o canto da brisa soprando na alvorada
E me perder em seus lábios de porcelana e cetim...

Hoje sou tão seu, dito e feito
Encantado que estou por ti bela fada
Aconchegado que fico no calor do seu peito

Para ouvir seu coração nessa noite calada
Sei que na imperfeição, o amor é perfeito
E é muito mais forte, ao lado da mulher amada...


Beijos e abraços enfeitiçados.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

VINÍCIUS DE MORAES - 100 ANOS DO POETINHA...


Lembro-me bem, do primeiro contato que tive com a obra de Vinícius de Moraes, foi ainda no primário, tinha eu uns oito ou nove anos, na Escola Bolívar aqui no bairro do Engenho de Dentro, quando num livro em sala de aula li trechos de uma de suas mais famosas poesias feitas para crianças, que dizia assim:
"Era uma casa muito engraçada,
Não tinha teto não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão... "

Esses versos ficaram em minha mente, dali passei a me interessar pelas músicas e poesias desse homem. A Bossa Nova fervia. Cresci consumindo e amando Vinícius, Tom, Baden, Chico, Edu Lobo, Toquinho... E tantos outros que ainda ouço e admiro. Mas Vinícius, o velho Vina, sempre mexeu comigo, e foi um dos responsáveis por eu amar tanto, as palavras, em versos e prosa. Esse fantástico brasileiro, nascido em 19/10/1913, no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, falecido em 09/07/1980, foi advogado, jornalista, diplomata, dramaturgo, escritor, compositor, que casou 9 vezes, era, como ele mesmo dizia o branco mais negro do Brasil, da linha direta de Xangô, porque ele, com toda sua fleuma diplomática, era um espírita candomblecista, feito no Terreiro de Mãe Menininha do Gantois, na Bahia. Era um brasileiro na raiz. Sem medo de em suas canções falar apaixonadamente dos Orixás, sem preconceitos ou conceitos abstracionistas.

Neste mês de outubro de 2013, Vinícius faria 100 anos, se vivo fosse... Aprendi que poetas não morrem, sublimam! Ele deixou um legado artístico único, com suas músicas, suas poesias e suas peças teatrais. Hoje a obra de Vinícius é conhecida em todo mundo, por todos aqueles que tem sensibilidade e bom gosto. Outro dia me emocionei quando vi as imagens do velho Vina, com Tom, Edu, Toquinho seu último parceiro, e tantos outros artistas fantásticos nascidos nesta terra. Em 2010 foi descoberto pelos filhos do Poetinha, uma letra inédita escrita há muito por ele, chamada "Silêncio", e que ficou a cargo de Edu Lobo musicar. Mesmo depois de todo esse tempo as obras dele continuam surgindo...

Recomendo que leiam, que ouçam Vinícius de Moraes, em nome da arte maravilhosa criada por esse brasileiro. Sei que alguns não gostavam dele porque bebia, porque teve muitos casamentos ou porque era espírita, mas esquecem o maravilhoso artista que ele foi, e ainda é, porque sua obra é imortal, como sua voz, como o tradicional copo de uísque e o cigarro sempre aceso entre os dedos de sua mão.

Sinto saudades de Vinícius, como se tivesse convivido com ele, com seus amigos e sua genialidade. Infelizmente não estive esse privilégio, mas o vi na tv, escutei suas músicas e li seus livros...
Vivemos tempos em que os ídolos se perdem na mediocridade, em que as letras das canções são repletas de rimas pobres. Tempos em que coisas de consumo rápido e fácil são mais valorizadas do que aquelas que tenham algum conteúdo...

Mas Vinícius não sobrevive em nossas lembranças, ele VIVE, em nossos corações e mentes, através de sua prosa, seu humor ácido e sua paixão incondicional pelas mulheres...

Que Vinícius de Moraes esteja sempre presente na trilha sonora de cada um daqueles, que como eu, amam oque é bom, a poesia e a boa música brasileira.

Encerro com outro trecho de uma de suas músicas, esta feita com seu parceiro Toquinho:

"Ah, meu amigo só resta uma certeza
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor..."
Beijos e abraços enfeitiçados

domingo, 6 de outubro de 2013

SUTILEZAS DO AMOR...

 
O amor vive de sutilezas
Pequenas surpresas
Que vem e que vão
Coisas que mal imaginamos
Mas que encontramos
Em qualquer coração...
 
O amor vive de sutilezas
E outras belezas
Que mal podemos ver
Pois há tanta coisa a descobrir
Que no corpo vem eclodir
Na forma incontrolável do prazer...
 
O amor vive de sutilezas
Fugidias tristezas
Que em lágrimas vem
Tão fortes que não podemos evitar
Como a areia não evita o assédio do mar
E nem os trilhos a passagem do trem...
 
O amor vive de sutilezas
Pequenas delicadezas
Que o fazem ser o que é
Assim ele segue, mais leve que a brisa
Como minha mão que desliza
Pelo corpo desta mulher...
 
O amor vive de sutilezas
De algumas incertezas
Que desconhecem quem são
Se consumindo de modo voraz
Toda guerra que houver na paz
Ou toda frieza que há na emoção...
 
O amor vive de sutilezas
Tantas minúcias são acesas
Para se manter vivo na dor
Que consome todo coração apaixonado
No afã das emoções afogado
Ao  se atirar sem medo no mar do amor...
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O SEGREDO DO AMOR É AMAR... (INSANIDADE SADIA DE AMAR)

Se o amor tem um segredo
Nele próprio investido está
Se o amor é da vida louco enredo
Porque insistimos tanto em amar?

Quase tudo na vida tem um segredo
Ou tenta entre véus se ocultar
Cria coragem dentro do medo
Como se quisesse em vão disfarçar...

Mas se amamos tanto em segredo
E na dor não sabemos extravasar
Morremos de amor assim tão cedo
Por não sabermos a hora certa aguardar

Cultivamos dolorosamente todo segredo
Que o torpor do amor nos faz delirar
E nos traímos, sem querer, mesmo querendo
Como o suicida que não quer se matar...

E dentro do peito guardamos esse segredo
Loucos que estamos em querer contar
Gritar aos ventos sem qualquer engano ledo
Nessa insanidade sadia de amar.

Porque será que o amor se faz em segredo
Dentro de nós, pungente, latente a se ramificar´
Pois só quem ama pode revelar sem medo
Que o segredo do amor é amar...


Beijos e abraços enfeitiçados. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SEU ENCANTO...

Porque te desejo tanto?
Porque será?
Que mergulho em seu encanto
Como quem se atira ao mar?

Porque te desejo tanto?
Porque fico assim?
A procurar nesse seu encanto
Algo que seja pra mim?

Porque te desejo tanto?
Porque me desespero?
Ao ver nesse seu encanto
Tudo aquilo que eu quero?

Porque te desejo tanto?
Porque não consigo me conter?
Diante desse seu encanto
Que parece tudo envolver?

Porque te desejo tanto?
Porque não posso mais?
Resistir ao seu encanto
Que já roubou minha paz?

Porque te desejo tanto?
Porque me assombra o medo?
Desse seu doce encanto
Que desvendou meu segredo?

Porque te desejo tanto?
Nem eu mesmo sei a razão
Que me enfeitiçou seu encanto
Dominando de vez, o meu coração...


Beijos e abraços enfeitiçados

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

OS EMBARGOS INFRINGENTES E O BOM SENSO...

Não vou entrar aqui no mérito da questão sobre o direto ou não aos Embargos Infringentes, até estudei um pouco sobre o assunto, mas são dados complexos demais de se lhe dar, visto que não sou advogado, jurista ou coisa parecida. Mas, como brasileiro, e vivenciando diariamente o que tem acontecido neste país nos últimos anos, tenho, mais do que o direito, a obrigação de me manifestar... Pouco me importa, entretanto, se os tais mensaleiros, tem direito ao recurso dos embargos infringentes, por ser um ato legal constitucional,  ou dentro das normais legislativas do Supremo Tribunal Federal, mas penso, sim, no bom senso da coisa.
 
Ouvi durante mais de duas horas o blá, blá, blá, tecnocrático do Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Senhor Celso de Mello, que buscou, rebuscou, procurou, pesquisou, coisas até da época do Império, mencionou juristas, sábios, Deus e o diabo, para justificar seu, já, mais do que conhecido, voto a favor dos tais Embargos Infringentes... Tudo bem, aprendi, nessa vida, que quando queremos justificar um ato, procuramos, de todas os meios e maneiras, um modo que dê base e apoio àquilo que queremos tornar correto, perante ao olhar dos outros... E assim ele o fez... Nem que precisasse tanto, até porque bastaria, ele, o ministro, declarar seu voto, perante a Suprema Corte, e pronto, os tais embargos seriam aprovados, como o foram... Me pareceu, até, que o ministro, estava querendo, de alguma forma, se desculpar com alguns de seus colegas, pelo voto... Tudo bem, que ele queira justificar o ato que cometeu, mas mais de duas horas, para isso, foi com certeza um exagero, mas na justiça é mesmo assim, muita conversa jogada fora, e pouca atitude e serventia...
 
Mas o ministro Celso de Mello votou, desempatando assim em favor dos mensaleiros, dando a esses a chance de reduzirem suas penas, e até mesmo, para alguns, a chance de nem serem presos... Um novo julgamento será marcado, com novo relator, já sorteado, Luiz Fux(para desagrado de alguns, rsrs)... Aonde quero chegar com tudo isso... Com todo esse imbróglio jurídico propagado pelo Exmo. Ministro, vejo, dentro de minha total falta de conhecimento jurídico, mas dentro de minha visão como brasileiro, que o Supremo, tornou-se não apenas refém dele mesmo, mas também de uma inescrupulosa máfia, que tem dominado o Brasil há séculos, mas que se tornou mais perversa e até mesmo mais ávida por poder, nos últimos dez anos... É triste constatar, que a Suprema Corte, foi enfiada, enrolada, atolada, nesse lamaçal nojento da política nacional, visto que é claro e evidente, a manipulação por trás de cada voto, de cada palavra e até mesmo da postura, de certos ministros que pertencem àquela corte, pelo menos é isso que tenho sentido... A meu ver o voto do ministro, deveria não apenas seguir uma suposta ordem ou lei, ou regras, mas sim o bom senso, diante de tudo que este país tem vivido... Afinal, ele mesmo, Celso de Mello, votou, na primeira fase do julgamento da Ação 470, a favor da punição aos quadrilheiros do mensalão. Agora, numa atitude, que certa forma, desfaz aquilo que ele declarou, dá um novo sopro de vida, a um bando que com certeza irá usar desse subterfúgio, de todas formas possíveis, para escapar das grades... Aí está o ponto que eu quero chegar... Na minha humilde opinião, nesse caso, faltou algo simples, direto e eficaz, o bom senso!
Mesmo tendo, todas essas justificativas, minuciosamente garimpadas pelo senhor ministro, o bom senso seria o voto contra esses embargos, porque vejo que se abre uma brecha perigosa a outros casos assemelhados, fazendo travar de vez, a engrenagem já tão corroída de nossa justiça.
 
Senhor ministro... Que mesmo tendo pesquisado tudo o que o senhor pesquisou e estudou, e com enorme desenvoltura expôs ao plenário do Supremo, penso, como disse, dentro da minha humilde e leiga, forma de pensar, que seria de bom senso não ter aprovado esses embargos, não só por aquilo que escrevi acima, mas também pelo efeito que isso, em pouco tempo trará, ferindo mortalmente a credibilidade do Supremo e dando a impressão ao povo brasileiro que a justiça de nada serve contra aqueles que detém o poder. Muito embora vossa excelência, tenha dito, que a Suprema Corte, não se pode deixar influenciar pelo clamor das ruas, tenho que discordar, visto que tudo o que aconteceu até agora referente ao mensalão, tem atingido diretamente ao povo brasileiro, que foi logrado, roubado, enganado, sacaneado e ofendido... E graças à intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, se chegou à esses facínoras. Então, penso, que o clamor, a voz das ruas deva ser escutada sim! Como diz aquela máxima da democracia: "O poder emana do povo e por ele deve ser exercido."
 
Por fim Excelentíssimo Senhor Ministro, creio que faltou bom senso de sua parte... Seria simples, afastar um pouco, dessa discussão, os meandros jurídicos da questão indo direto ao ponto crucial e talvez a chave de todo esse julgamento, a punição pura e simples dos quadrilheiros do mensalão, conforme o bom senso diz e quer, dizendo não aos embargos infringentes... Agora quase tudo retornou ao zero, para a alegria, daqueles que a população brasileira aguardava ansiosamente que fossem presos, como qualquer bandido, ladrão ou malfeitor... Mas, graças, a seu voto, estamos de novo nessa longa e desgastante jornada, em busca de uma justiça que talvez jamais chegará a ocorrer... Gozado de tudo isso, que nem mesmo, os mensaleiros, acreditam na inocência deles, visto que eles visam, por meio dos embargos infringentes, a redução de suas penas ou mesmo a mudança na forma como irão cumpri-las...
 
Infelizmente e mais uma vez, o povo brasileiro se sente ridiculamente sacaneado e totalmente desamparado diante de uma justiça, que ao seu ver, não é cega, mas que apenas faz vista grossa...
 
Faltou apenas bom senso, Senhor. Ministro...
Bom senso e nada mais, penso eu.
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 15 de setembro de 2013

OUTROS AMORES... ANTIGOS AMORES...

Penso aqui com meus botões
Entremeando malditas emoções
Nos sonhos de amor que um dia vivi
E que passaram tão depressa que mal senti...

O tempo carrega essa sensação tanta
Deixando feridas no peito e um nó na garganta
Tempo perdido sem salvação
Num rastro de lágrimas de alegria e solidão...

São peles, cabelos, olhos, bocas e sorrisos
Que me lançaram entre infernos e paraísos
E que muitas marcas deixaram em meu ser
Me mostrando as múltiplas faces do vil prazer...

Não sei porque me vieram essas lembranças
Fico aqui meio down e quase sem esperanças
Porque sei que paixões sempre vão e vem
E o inevitável sentimento nos faz dele refém...

Não vejo nem sequer sombra desses amores
Entremeados por extintos gemidos e suores
Que habitam hoje outros sonhos e outras camas
Como num virtual jogo de damas...

Recordações boas ou más sempre existem
E vão pra sempre marcar fundo e persistem
Dentro de minha alma nessa desordenada revolução
Outros amores... Antigos amores e uma nesga de desilusão...


Beijos e abraços enfeitiçados.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

RUAS CHEIAS DE GENTE E LIXO... RUAS CHEIAS DE LIXO E GENTE...

 
Caminho pelas ruas do centro...
Ruas cheias de gente e lixo
Ruas cheias de lixo e gente
Gente que parece lixo
Lixo que parece gente
Há gente demais pelas ruas
Há lixo demais nas ruas
Tanta gente circulando
Entremeio ao lixo urbano
Jogado, atirado, mal educado
Das janelas dos carros...
Dos edifícios... Pelas mãos das pessoas
Que são gente
Que são lixo
Um lixo de gente.

Há tanta gente
Há tanto lixo
Gente e lixo
Lixo e gente
Criador e criatura
Gente criando lixo
Lixo engolindo gente...

Porque sujamos as ruas?
Com guimbas, latas, ou papel de bala?
Todo canto é uma lixeira
Toda cidade é uma lixeira
Com cheiro de urina e fezes...
Somos o lixo do lixo
Somos gente virando lixo
Lixo virando mais lixo
Do lixo saímos
E para o lixo voltamos...

Gente que faz o lixo
Lixo que é da gente...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 1 de setembro de 2013

O RISCO INEVITÁVEL DO AMOR...

 
O amor é um risco inevitável
Algo nem sempre palpável
Que mesmo assim inseguros
Nos atiramos a ele, sem medir efeitos futuros

É como quem mergulha num mar
Sem ao menos saber nadar...
Quem não se arrisca por esse tal amor
Jamais poderá saber o seu real sabor...

Se nele nos aprofundamos
Assim quase sem pensar
E em seu seio deliramos

Como loucos a sonhar
Porque será então que nos jogamos
Nesse inevitável risco de amar?...


Beijos e abraços enfeitiçados.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

NÃO ACREDITO NAQUELES...

 
Não acredito naqueles que amam até o fim
Mas sim nos que amam até o começo
Porque o amor sempre recomeça dentro desse mesmo amor
Todo amor verdadeiro se recomeça, se refaz, se transforma
Gratinando as dores, reimplantado as flores
Mudando de cor...

Não acredito naqueles que amam impunimente
Todo amor pune quem ama e quem é amado
Desde as dores de um prazer dilacerante e forte
Inevitável de se sentir, de tão poderoso que se faz
Com suas garras a cortar a carne tenra do sentimento
Num jogo de vida e de morte...

Não acredito naqueles que amam como loucos
Pois o amar em si já é viver na loucura
E como andar sem rumo ou direção
Um doido sentimento que nos domina
Cada passo, compasso e descompasso
Descompassando qualquer coração...

Não acredito naqueles que amam e não se amam
O amor não sobrevive sem a si próprio sentir
Tem que ser vivido a flor da pele assim
Ser espelhado no ser amado, seu próprio reflexo
Mas sem abrir mão de cuidar de seu coração
Para que a essência do amor nunca chegue ao fim...


Beijos e abraços enfeitiçados

terça-feira, 20 de agosto de 2013

VERSOS PERVERSOS...

Faço versos perversos
Como quem se queixa
Quem se deixa
Levar...
Nos dotes da gueixa
No caldo da ameixa
Que encobre
O manjar...
 
Faço versos perversos
Transversos
Avessos
Como quem quer se mandar
Pra além deste universo
Transversos...
Travessos
Os pudores remesso
Pra outro lugar...
 
Faço versos perversos
Como quem só sexo almeja
E num corpo quente e nu deseja
Louco por inteiro mergulhar
Ponho em versos meus anseios
Querendo me afogar entre seios
Dos pelos púbicos entre meios
Do prazer pleno alcançar...
 
Faço versos perversos
Pervertidos
Sentidos, fingidos
Como quem tudo e nada quer
Maldosamente
Inconsequente
Errado... Errante... Delinquente
Mais por insanidade do que por prazer...
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O ECO DA VOZ DAS RUAS...

Manifestantes em Brasília estendem bandeira do Brasil durante protesto
Pode para alguns parecer silêncio, lêdo engano, tolos sabichões
Depois de tanto alarde, alaridos, gritos, cartazes, gente nas ruas
Ainda ecoam pelos quatro cantos do país, o som das manifestações
Que vieram das vozes, das formas mais diretas e cruas!

O povo tomou as ruas, as redes sociais, os palácios suntuosos
Assustando essa malfada classe política, que nada faz e tudo quer
Principalmente os jovens sempre chamados de alienados, de medrosos
Cansou-se de tanta sacanagem ver e nada poder fazer.

A "presidenta" veio com seu discurso confuso e sem nexo
Com propostas que ofendem a própria constituição
Deixando mais irado esse povo farto de tanta farsa, perplexo
Parece que o governo não entendeu dos protestos sua razão

A falta de tudo que é direito e correto, fere e ofende demais
A inteligência sagaz de um povo cada vez mais bem informado
E cansado de ver tanta impunidade e a roubalheira que não jaz
Sem saber pra onde o dinheiro do nosso país é destinado!

E mesmo com o povo indo a rua, exigir seus plenos direitos
Os políticos não conseguem ter em suas caras algo de vergonha
E continuam a cometer seus atos torpes, ordinários e imperfeitos
Como a debochar da ira do povo, de forma tamanha!

E tentam desviar a verdade de tamanha insatisfação
Chamando os manifestantes de loucos, insanos e baderneiros
Como se quisessem ignorar o conteúdo e a razão
Desses protestos tão legítimos, múltiplos e verdadeiros!

E nunca se viu tantas bandeiras espalhadas por este país
Misturando futebol ao clamor das ruas inflamadas
Na voz e no olhar de um povo que quer apenas ser feliz
De coração e alma abertas e mãos desarmadas!

Queremos fazer novo esse nosso lugar, onde haja mais igualdade
Queremos a justiça implacável e o fim desse cancro chamado corrupção
Queremos que nos olhos nos olhem e nos digam somente a verdade
Queremos fazer desse nosso lugar, uma verdadeira nação...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 23 de junho de 2013

MEU MEIO SÉCULO DE VIDA...

E se passaram cinquenta anos...
Nossa... Quanto tempo... Quantas coisas vi e vivi...
Mas tudo isso é tão pouco, quase nada...
Diante de tantas coisas que ainda estão por vir, por acontecer...
Mas subir esses cinquenta degraus, cada ano um degrau novo
E chegar até aqui, olhando para baixo e ver o quanto ganhei
E o pouco que perdi.
Sim foram mais ganhos que perdas, porque aprendi que as perdas se tornam ganhos, quando essas perdas te dão a experiência necessária para não deixar que aconteçam de novo...
A maturidade... A experiência...
Sentindo-se jovem de mente e de espírito, e sabendo dosar as energias em relação a sua capacidade física atual, sem exageros, sem querer provar aos outros algo que você é incapaz de fazer...

Mas é bom estar aqui... Com cinquenta anos de idade...
Meio século de vida.
Tendo feito tantas coisas, passado por tantas outras...
Conheci pessoas, aprendi conceitos, moldei idéias, construí e desisti de projetos
Nasceu minha filha, meu tudo, Luíza
Vivi junto... Separei... Namorei muito...
Hoje namoro e vivo com minha doce Thais.
Fui e voltei em trabalhos diversos
Estudei, aprendi, ensinei...
Conheci meus Orixás... Rezei, benzi, pedi, ganhei...
Acreditei muito... Desacreditei na mesma grandeza...
Mas não perdi a Fé.
Vi governos passarem... Governantes caírem... Outros ascenderem...
Outros tantos mentirem...
Vi o povo nas ruas... Por liberdade... Por eleições diretas... contra o Collor...
E agora vejo de novo o mesmo povo nas ruas... Renovado e querendo renovar...
Acontecimentos que passaram e ainda passam diante dos meus vividos olhos...
Acontecimentos que absorvi pela retina... Que assimilei em meu coração e alma, de todo...
E que hoje trago como vivência... E sinto e sei que ainda há tanto a viver...

Hoje completo meu meio século de vida...
Cinquenta anos vividos de modo intenso... Sem radicalismos...
Sem experimentar coisas que não me fossem úteis à minha vida
Tirando o melhor proveito de cada passagem, de cada momento...
Olho no espelho, vejo as poucas rugas... E meus cabelos brancos...
E nos meus olhos a força e o fogo vivo de quem ainda tem um longo caminho a percorrer...
Com força, com Fé, com coragem, aliados ao amadurecimento e à sabedoria adquiridos
Diante de cada acontecimento que passei e ainda sei que passarei...

Meu meio século de vida...
Olho pra trás e vejo tudo que vivi...
Olho pra frente e imagino o que ainda viverei...
Ergo a cabeça e firmo o passo rumo ao infinito...


Beijos e abraços enfeitiçados.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A VIDA É MESMO ASSIM, ADEUS LUANA...

 
Algumas pessoas passam por nossas vidas, ou nós passamos pela vida dessas pessoas?
Não sei responder... Mas sei que deixam, em nós, marcas indeléveis... Pra sempre talvez...
Tanto naquilo que nos trouxeram de bom, quanto naquilo que nos trouxeram de ruim...
Lamentamos a parte que foi desagradável, mas mesmo assim relevamos de certa forma, até porque não há nada mais a fazer... A vida segue com seus passos firmes e céleres... Sem olhar pra trás e nem querer saber quem ficou pra trás, sempre em frente.
Muitas vezes dizemos coisas das quais jamais deveríamos ter dito, ou ter de alguma forma manipulado...
Não devemos mexer com a fé e com o sentimento das pessoas, e nem misturar essas duas coisas, de uma forma que venha a prejudicar, ferir, magoar ou controlar a vontade de alguém...
As pessoas que fazem isso, incorrem em gravíssimo erro... Há de se saber pedir perdão, por esse ou aquele erro cometido, ou ao menos se buscar um diálogo, para que ambas as partes, mesmo que não se reconciliem, cheguem a bom termo e mesmo à distância tenham paz...  Mas infelizmente, algumas pessoas perdem a chance de fazê-lo... O tempo passa, a morte vem, e não há mais tempo pra nada... Nem para lamentar...
 
A notícia que recebi, hoje, me deixou triste, mas muito mais do que isso, consternado... Eu sempre achei, que ela viveria muito mais tempo, que lutava por isso... Talvez nem ela pensasse que isso fosse acontecer tão cedo, ou então, ela própria entregou os pontos e resolveu partir... Não sei bem o que aconteceu, e agora, acredito que isso pouco importa... Ela se foi...
 
Não tivemos tempo de nos perdoarmos... De ao menos pedirmos desculpas... Coisas da vida...
E nem ao menos de dizer adeus... Não guardo nenhuma espécie de mágoa, rancor, raiva, ou qualquer outro sentimento negativo... Apenas lamento sua partida tão prematura... Acreditava que ela ainda teria muito o que fazer neste plano de existência, mas quem sabe dos desígnios de Oxalá? Acredito que só ele...
 
Me disseram que ela se foi dormindo... Espero que assim tenha sido... Que ela tenha partido em paz... E que ela saiba onde quer que esteja agora, que eu a perdoo, por qualquer coisa ou por tudo e também peço perdão a ela, pela mesma razão e princípio... Acredito que nunca seja tarde para se perdoar ou se pedir perdão... A vida não termina nesta vida... Ela segue, não sei por que caminhos, mas segue... Muito mais viva e ativa do que conseguimos imaginar... Acredito que com ela também seja assim...
 
Apesar de tudo que aconteceu, não posso negar que aprendi muito com ela, do espiritismo... da magia... da Umbanda... E tenho muito que agradecer por esse aprendizado, pois hoje sei como agir em muitos casos... Gostaria de ter aprendido muito mais, mas infelizmente, as coisas nem sempre caminham como sonhamos... E assim foi entre nós dois... Mas mesmo assim, agradeço o que aprendi e faço uso hoje em dia, em meu benefício e das pessoas que amo...
 
Eu a amei muito... Mas o amor também termina, quando não é compreendido... Não era um amor de amantes, mas sim de amigo, de filho... Pena que outros interesses, sei lá quais, tenham interferido, de modo tão drástico em nossa relação... Uma grande pena mesmo... Porque sempre confiei nela, e me dediquei à tudo que ela me passou com seriedade, com fé e otimismo... Até tudo terminar, da forma mais estúpida possível, por meio de palavras mal ditas... Infelizmente...
 
Mas isto, são águas passadas... E acredito, que onde quer que ela esteja, agora, há de estar melhor do que aqui neste mundo tão louco em que vivemos, onde buscamos um pouco de lucidez, mas na salada dos sentimentos, acabamos por ficarmos, também loucos e perdidos... Mas é assim, tudo um dia chega ao fim, neste plano, para seguir, em outros planos, em outras vidas...
 
Peço à todos os Orixás, que iluminem seu caminho... Sempre! Desculpe-me qualquer coisa... E mesmo a demora em declarar meus sentimentos, visto que só hoje, três meses depois da sua partida, vim a saber do fato... Lamentável... Mas a vida é mesmo assim... Vamos continuar aqui, na batalha diária, no exercício da fé e do espiritismo... Sem imposições, mas fazendo aquilo que é mais justo, mais correto... Mostrando na prática a força da Umbanda e dos Orixás... Lutando pela ordem e pela verdade...
 
Que Oxalá ilumine sempre seu caminho... Onde quer que você esteja.... Onde quer que vá... Nos mundos afora, que rodeiam este mundo... Com minha gratidão por tudo que aprendi e pelos bons momentos que vivemos... Peço sua benção!
 
Adeus Luana...



Beijos e abraços enfeitiçados.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

MINHA NAMORADA TEM A PELE MORENA...

Minha namorada tem a pele morena...
Do cravo e canela... A mais bela flor
Traz no olhar uma luz segura e serena
E em seu corpo macio um tímido ardor...

Minha namorada tem a pele morena...
E um perfume naturalmente sedutor
Sinto o prazer da sua mão quente e pequena
Quando me toca de modo atrevido e sem pudor...
 Minha namorada tem a pele morena...
E sua boca é doce fruta de vermelha cor
Que eu devoro na volúpia de nossos beijos, sem pena...
 
Querendo estar junto dela, seja da forma que for...
Ela que faz minha vida ser mais intensa e plena
Descortinando ao meu coração, uma nova face do amor... 
 
 


Beijos e abraços enfeitiçados aos namorados enamorados...

sábado, 1 de junho de 2013

CARNE ORVALHADA...

É madrugada... Corpos suados se misturam e se devoram
Enquanto lá fora a bruma branca vaga vem
Tomando as ruas ao redor deste prédio tão silencioso
Como se fosse um lugar onde não há ninguém...

O desejo foge por entre gemidos e incontidos sussurros
E nos delírios bocas e peles, se beijam e se colam
No afã perdido entre lençóis outrora brancos...
No voo das emoções que em todos os sentidos decolam.

E na vidraça da janela o orvalho vem e se derrama
Escorrendo como rios em busca de um outro mar
São mãos nervosas em busca de algo que não perdeu
E dos lábios sedentos querendo sua sede saciar...

A Lua branca brinca de esconde-esconde...
Aparecendo e sumindo entre as nuvens cinzentas
Iluminando a trilha do orvalho caído na grama
Deixando mais frias essas madrugadas nevoentas...

Não sei porque ainda sinto aquelas velhas dores
De amores findos, mas também mal resolvidos
Dos arranhões que todo coração apaixonado fere
Como livros comprados há anos, mas que nunca foram lidos...

O cheiro do orvalho da madrugada, na relva rala
Penetra minhas narinas viciadas no cheiro dela
A dama louca que abalou minha pouca estrutura
Transformando minha bonança numa procela...

A carne nua, tenra e morena, dessa louca dama
Junto à minha pele, assim está como que atada
Enquanto lá fora a bruma fria na relva dança
E entre beijos e lágrimas, jaz nossa carne orvalhada...


Beijos e abraços enfeitiçados

SÚBITO SENTIMENTO...

 
Quero falar para você deste súbito sentimento
Que na verdade já existia desde que passamos a co-existir
Algo tão sereno e forte, que faz ser perene cada momento
Tão doces e breves quando podemos um para o outro sorrir...

E este sentimento de repente vem e me toma
Toma conta do meu pensamento e das batidas do coração
Com seu fulgor brejeiro que às minhas faces assoma!
E me arranca de vez dessa ruidosa solidão...

Vem como as ondas de algum mar selvagem e bravio
E bate com toda força em meu corpo e alma
Explode como uma bomba de tão curto pavio
Roubando, com minha permissão,  a fé e a calma...

E se intimidado fico diante da sua nobre presença
Ouço com atenção cada palavra que sua voz suave diz
E decreto meu coração preso ao seu por essa sentença
Como o único modo de nessa vida ainda ser feliz...

Peço perdão se não consigo meus sentimentos conter
E desabafo no afã louco de que me queira seu por um dia
Para que entre seus braços e pernas eu possa me perder
E viver sem medo essa fatal alegria...

Tudo é mesmo assim, é sempre assim comigo
Vem de supetão e arromba o cofre em meu peito
No esforço para não ser apenas mais que um amigo
Ou quem sabe transformar tudo isso num amor perfeito...

Está no ar ao meu redor, posso com certeza sentir
Vem e me abala em seu poderoso movimento
Está nesses versos, e nos meus olhos, não posso mentir
Toda força reveladora desse súbito sentimento...


Beijos e abraços enfeitiçados

terça-feira, 28 de maio de 2013

UMA LÁGRIMA DE DOR TARDIA...

Piso na laje fria...
E uma lágrima de dor tardia
Vem meu rosto lavar...
E se meu pensamento vaga sem rumo
Nas madrugadas chuvosas onde não durmo
Não tenho também razão para acordar...

Ouço vozes e sussurros...
Entremeados com outros urros
Que vem da rua lá embaixo vazia
Inquieto rolo na cama deserta
Enquanto uma ânsia meu peito aperta
E rola uma lágrima de dor tardia...

Neste quarto vejo vultos
E em minha mente estranhos surtos
Vem meu sonho de assalto tomar
Como quando piso nessa laje fria
E aquela velha lágrima de dor tardia
Vem meu rosto sutilmente lavar...

E uma música distante soa
Enquanto o desejo bem alto voa
Sem saber ao certo onde quer ir...
E na penumbra desse quarto vazio
Troco a oração pelo cio
E esqueço como fazer pra sorrir...

Caminho perdido pelo apartamento escuro
Sem saber que a mim mesmo procuro
Como meus pés descalços na laje fria...
O choque frio me traz tantas e tamanhas lembranças
De amores perdidos nessas turvas distancias
Enquanto vem lavar meu rosto...  Uma lágrima de dor tardia...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 26 de maio de 2013

ESTRANHO SER CHAMADO DESTINO...

Que ser é esse tão silenciosamente estranho?
Que antecipa cada passo que damos nessa vida
E naquilo que venha culminar num desenlace...
O destino...
Um ser tão vago e nada vazio... Que traz em seu bojo
Algo além daquilo que esperamos... Que pensamos... Que nem sonhamos em ser ou ter.
É uma eminência obscura, que nos traz uma certa insegurança
Tão obscura que nem Deus ousa querer duvidar
Que sela a projeção de nossas vidas... Desde o nascimento... Até sempre
Mas o que nos destina o Sr. Destino
Com sua arrogância e independência, tão conhecidas e naturais
Ele se impõe acima de nossos objetivos, mesmo quando tentamos dele nos esquivar.
Sua força não é forçada, agindo sempre de modo paralelo ao nosso
Sem que possamos notar sua presença, sua onipresença...
Sim, é claro que podemos modificá-lo em sua essência
Mas não em sua totalidade, porque de alguma forma, ele sempre estará lá
Dando o ar de sua "graça", mesmo que graça nenhuma tenha nisso.

O destino
Estranho ser ou deus, quem sabe, de nossas vidas
Dono das linhas paralelas que percorrem invisivelmente o Universo
Que passa e ultrapassa cada alma, cada mente, cada ser
Estamos ligados, real e virtualmente por esse poderoso ser
Que modificamos, moldamos, descaracterizamos e repaginamos a cada dia
Mas jamais conseguimos tocar sua espinha dorsal... Seu núcleo... Seu âmago...

Ele é um poderoso fluxo, uma espécie de vórtex, que sem notarmos nos conduz
Nos leva numa torrente de acontecimentos, numa furiosa e mística correnteza de atos
Como uma peça de teatro inacabada, com seu atos suspensos no tempo e no espaço...

O Tempo pai de todos nós é aliado frequente do Sr. Destino...
Parece acelerar quando se aproxima seu desfecho quando o destino está pronto para realizar mais um de seus atos...
Passo a passo... Ele se molda e modela o que podemos ser, o que podemos ter...
Nos resta viver sem temer o futuro... O desenlace... Porque certamente nem mesmo o destino pode com absoluta certeza precisar o seu destino...


Beijos e abraços enfeitiçados.

CORAÇÃO NAVEGADOR...


Meu coração é um veleiro, com velas abertas ao vento
Levando como tripulantes: as sensações, as emoções
E a rudeza profunda que existe em todo sentimento
Conduzido pela bússula das minhas perdidas aspirações.
 
Este veleiro enfrenta dos mares muitas procelas
Atravessando maremotos causados pelos amores extremos
Tempestades de desejo a rasgar suas velas
E um resto de bom senso que na paixão sempre perdemos...
 
Meu coração é um veleiro, sempre pronto a aportar em outras terras
Não se importando quantos mares terá que ainda percorrer
Seja nos momentos tranquilos ou noutros tantos de guerra
 
Meu coração vai atravessando esses mares sem quase nada temer
Até que um dia aporte em algum cais onde essa vida se encerra...
E num outro novo mar ele possa outra vez navegar e viver...
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.

OUTROS AMORES...


Outros amores passaram por aqui mais cedo
Trazendo coisas novas, outros sonhos e medo
Arranhando meu coração quase sempre tão ferido
Me deixando mais só,  mais sem noção
Ma fazendo ficar meio sem rumo... aturdido
Catando restos e sobras da solidão...
 
Outros amores por aqui passaram como o tempo passou
Levando quase tudo do pouco que de mim restou
Amores estranhos que no fundo sei que também amei
Nos quais minha vida entreguei quase por completo
Mas nem tudo sempre acontece como sonhamos
Pois esse viver é de surpresas repleto
E mesmo na dor outras dores superamos...
 
Outros amores cruzaram os meus caminhos... tantos
Em meio a alguns sorrisos e outros prantos...
Em meio a verdades e alguns desvarios
Vou sem saber onde quero hoje chegar
Trago nos lábios a lembrança de outros beijos
E no peito a ansiedade de amar
Um amor acima de antigos desejos...
 
Outros amores passaram nessa longa jornada
É quase sempre assim quando o coração ganha a estrada
A estrada da vida e dos solitários sentimentos sem fim
Com eles se foram sonhos bons e noites sombrias
Que se abateram inclemente sobre mim
Aflorando emoções complexamente tardias...
 
Outros amores... tantos amores que passaram
Entre desejos e dores tão intensos que a razão ultrapassaram
E deixaram marcas indeléveis no coração deste poeta
Hoje revivo essas páginas doces e acres em tantas cores
Armações que o tempo sem pedir licença, arquiteta
E me faz reviver antigos amores... outros amores...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 12 de maio de 2013

MANHÃS DE MAIO...




O Sol desperta em nuances entre o amarelo e o vermelho
E acima da abóbada do céu um azul turquesa, dá lugar ao celeste
Desperto às cinco horas, ainda encontro acesas as luzes das ruas
Enquanto de pessoas e automóveis essa cidade se veste...

E uma brisa fresca e suave vem soprando por toda parte
Vejo nuvens pinceladas num céu azul tão claro...
Saio ás ruas e deixo o Sol da manhã abraçar meu corpo
Com seu calor tão bom e aconchegantemente raro...

Vem e sem cerimônia despeja seus tons sobre a cidade maravilha
Esse mês que nos brinda com sua luz em esfuziante ensaio
A Baía da Guanabara sob essa vibração toda fervilha

Tamanha energia que me leva na vertigem quase a um desmaio
Por instinto sigo pelas ruas sob a clareza do Sol em sua trilha
E me envolvo por inteiro na beleza dessas manhãs de Maio...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 14 de abril de 2013

TODO O SABOR DO SEU BEIJO...

Busco quero e por tudo que sinto procuro
Entre os lençóis dessa cama, no claro ou no escuro
Tudo que nesse momento mais preciso
Esses ternos lábios que contornam seu sorriso...

E se nossos corpos se enroscam indecentes
Somos aqui tão presentes quanto ausentes
Nessa louca viagem rumo ao prazer
Que é estarmos aqui, eu e você...

Nada ou muito pouco, me importa nessa hora
Pois diante de mim está a fonte que tanto almejo
Que me extasia de forma sutil e desvastadora!

Desnudando em meus lábios o afã de todo desejo
Mesmo que a vida de mim, num repente se vá embora
Morrerei feliz carregando na boca todo o sabor do seu beijo...


Beijos e abraços enfeitiçados.

quarta-feira, 27 de março de 2013

ARES DE OUTONO...



Lentamente, ele vem chegando, soprado pelo vento soturno...
Trazendo em seu bojo chuvas e uma frente fria
Escurecendo o céu da cidade, de diurno a noturno
Derramando em meu peito uma saudade tardia...

Ele se revela na cor das folhas que caem no chão
E nos galhos secos das árvores cinzas ou sem cor
Configura em meu ser qualquer perdida emoção
Ou algo que eu meramente chamei de amor...

E vai tomando conta da vida, assim em seu todo
Ao redor de cada pessoa que por essa rua passa
Brincando com a atmosfera, do seu jeito, ao seu modo
Enquanto na curvatura do céu sua presença ele traça...

Traz em mim tão doces e presentes lembranças
Da distante infância que um dia neste plano vivi
Pisando as folhas secas com pés descalços de criança
Sentindo o estalar das folhas, enquanto pulava a sorrir.

E ele vem tomando conta de toda cidade... e do país
Deixando no ar essa sensação única de aconchego e abandono
Nas árvores que se desmancham, sua essência ele diz
Que vem uma nova estação... que vem chegando o outono...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 17 de março de 2013

NOS SEUS CAMINHOS...


Vejo flores nos caminhos por onde você caminha
Sua silhueta tão suave e bela, a contra-luz
E nessa nossa cama onde a gente se aninha
E entre beijos e desejos se seduz...

Vejo estrelas nos caminhos por você anda
Seu corpo sedutoramente nu a flutuar
Em meus sonhos e anseios você sempre manda
Sem sequer ter noção do que é esse mandar...

Vejo borboletas nos caminhos por onde passa
Tais como as flores nos seus cabelos a colorir
E em seus passos minha vida você traça
Meu passado, meu presente e meu porvir...

Vejo pássaros nos caminhos por onde voa
Pois me encanta esse seu suave voar
Como os versos que pra você meu coração ecoa
Nesse meu afã de querer a você me declarar...

Vejo luzes nos caminhos por onde você sonha
Em seus olhos todas as luzes parecem viver
Até que meu coração em versos sutis componha
O qual é grande o meu amor por você...


Beijos e abraços enfeitiçados.

sexta-feira, 1 de março de 2013

SER CARIOCA...


Ser carioca há muito se tornou um modo de viver
Deixando de ser uma simples condição regional
Carioca é todo aquele que quer assim ser
E também se portar e se entender como tal...

Há cariocas de muitas origens com certeza
Cariocas do norte, nordeste, sul e estrangeiros
Que ao chegarem aqui além de hipnotizados pela beleza
Tornam-se amantes dessa cidade e seus ares brejeiros...

Afinal são 448 anos de fundação desta maravilhosa cidade
Imprensada entre as montanhas e um imenso mar
Que mistura tons de verde e azul, numa enorme felicidade
Como o ritmo de chorinho e bossa nova que se sente no ar...

E tantos já tentaram tomar essa cidade pra si
Conquistá-la até pela força ruidosa de seus canhões
Mas ela há tudo resiste e pelos tempos irá resistir
Aos desmandos de governos e a ganância de políticos ladrões...

Ser carioca, é um estado de êxtase, único e poderoso
É como fazer amor com a mulher mais linda que há
Ser carioca é ser esperto, malandro, bonachão e generoso
É saber que o Rio é muito mais que montanhas e mar...

Carioca é suburbano, dos botecos, da pelada, do cantador
Carioca é zona sul, com seus poetas e filósofos de ocasião
Carioca é saber reinventar e renovar pela cidade seu amor
E sem nenhum pudor gritar aos quatro ventos essa paixão...

Ser carioca é tudo ser em prosa e verso
E sentir que essa cidade ainda é o tambor desse país
Pois o Rio é como uma estrela a brilhar pelo universo
Pois ser carioca é a singela tradução de ser feliz...


Beijos e abraços enfeitiçados.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

NUVENS....



A brisa sopra quente... Como que a derreter nuvens no céu
Nuvens em formas desconexas e descontentes
Como que a quererem derramar sobre nós seu fel
Nós seres tão pequenos e dementes
Que buscamos no infinito um "possível" Deus...

E nuvens se formam acima das montanhas azuis
Numa dança sem ritmo e sem noção
Anseiam roubar do Sol sua luz
Como quem vem "louvar" a escuridão
E na noite formam um manto opaco e disforme...

E as nuvens correm pelo espaço sem rumo ou direção
Nuvens tantas nuvens, tomam o céu em curva
Nublam todo sentir, ou oque vir do coração
E tentam tornar no sentir a alma turva
Mas se dispersam quando a emoção tudo toma pra si...

Há nuvens sobre os arranha-céus, presas, suspensas
Prontas a derramar toda água sobre a cidade
Escuras, compactas, imóveis e densas
Como todo sentimento que nos remeta à saudade
Nuvens são como nós...
Intensas, mas que se diluem, se desmancham
Em lágrimas... Em chuva...


Beijos e abraços enfeitiçados

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DEUS E O DIABO...



O Diabo é a janela
Deus a paisagem
O Diabo é o copo
Deus a água
O Diabo é a sala
Deus a casa
O Diabo é o muro
Deus o portão
O Diabo é a voz
Deus a palavra
O Diabo é o pensamento
Deus a emoção
O Diabo é o carro
Deus a estrada
O Diabo é o prato
Deus a refeição
O Diabo é a tempestade
Deus é o abrigo
O Diabo é as estrelas
Deus o infinito
O Diabo é o sacerdote
Deus é a Fé.

Mas não há uma guerra entre ambos... Um é o Criador, o outro a criatura.
Há um acordo... Um contrato...
E tanto o Diabo quanto Deus são exatamente aquilo que nós queremos que sejam
São reflexos dos nossos pensamentos, desejos, conceitos e fé.
Nada tem de religioso nisso, e sua compreensão está muito além de nós pobres mortais...


Beijos e abraços enfeitiçados.

sábado, 26 de janeiro de 2013

NOS CABELOS DE THAIS...

Seus cabelos, lisos pelos, a moldar o rosto seu
Seus grandes olhos, sua boca, suas covinhas...
Em cada ângulo por onde meu olhar docemente caminha
No lúdico desejo de que esse seu encanto seja meu...

Não me importa, a cor com a qual os queira colorir
Nem o tipo de corte, que em sua vaidade desejes por
Sempre me envolvo nas suas madeixas de modo encantador
E por inteiro assim por elas me sinto seduzir...

Sei que alguns elogiam, outros como sempre os invejam
Eu apenas faço deles uma poesia, simples, terna e feliz
Pois vai além do que meus versos exprimir desejam

Seus cabelos, lindos pelos, a colorir minha vida gris...
Nos seus perfumados fios que me encantam
Nessa magia que me envolve... Nos seus cabelos Thais...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 13 de janeiro de 2013

VOCÊ EM MINHA VIDA...


Sinto seu colo, quente e doce, seu perfume sempre presente
Seu sorriso que renova meu dia
Desse seu olhar que nunca se faz ausente
E preenche meu coração de pura alegria...

As vezes choro, em silêncio na penumbra do meu quarto
Ando tão triste e sem rumo
Ando da vida tão farto
Sem equilibrio, rédea ou prumo...

Mas hoje tenho você em minha vida
Vida tão louca e sem uma loucura sequer
Um tanto quanto corrida...

Pior ainda se eu tivesse de viver por viver
Pois se não morro, ao sangrar dessa ferida
É porque tenho em minha vida você...


Beijos e abraços enfeitiçados.