Ela é bela, sim, ela pode até achar que não...
Mas sua beleza transcende o físico, quiçá o tempo
E não falo só daquela pragmática beleza do coração
Ela passa nas feições algo forte, um sentimento
Que supera qualquer resquício de razão
E que se perpetua vivamente em meu pensamento...
Ela é bela, sim, ela pode até achar que não...
De uma beleza exótica, algo assim quase inexata
Como se misturassem paisagens da Itália com as do Japão...
Que me roubam do raciocínio qualquer lógica imediata
Posso ler em seu semblante uma dissonante solidão
Mas que seus sonhos de um verdadeiro amor, não mata...
Ela é bela, sim, ela pode até achar que não...
Uma beleza forte e frágil que me confunde e seduz
Que sem perceber me resgata da minha própria escuridão
Uma força que todo bem querer regenera, uma luz
Algo que de tão sublime, não reconhece a própria imensidão
Quando pelos caminhos da esperança, vem e conduz...
Ela é bela, sim, ela pode até achar que não...
Uma beleza que se faz plena e sutil, como a Natureza
Domina o ambiente, carrega meus olhos de paixão
Faz o amor renascer assim... Com tamanha leveza...
Que quando penso nela, caminho sem tocar no chão
Na ânsia pueril de guardar, só pra mim, sua enigmática beleza...
João C. Lima.