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domingo, 13 de novembro de 2016

PRO AMOR RECOMEÇAR...

E vai o coração de novo se afogando em emoções
A alma inerte implora e pede socorro
Nesse manancial incontrolável de sensações
Sinto que lentamente morro...

Desfragmentam-se em mim tantos sentimentos
E sem saber porque caminho contra a luz
No peito acelera alucinantes batimentos
Desse sentir que minha alma seduz...

E vai o coração de novo se afogando em ilusões
Vai parando lentamente de bater sem se fazer notar
Na cabeça e no corpo inerte a mercê de tantas depressões

Sem saber quando ou onde quer chegar...
O coração se desmancha como as nuvens nas monções
E sente que é chegada a hora do amor recomeçar...


João Carlos L.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

SOLANGE...

Há um mistério em seus orientais traços
E no jeito silencioso e furtivo do seu olhar
Seu sorriso como a desatar, da dor, contidos laços
Ou o ruflar de asas que vem da sutileza do seu caminhar...

A sonoridade aveludada da sua voz
Traz à tona antigos desejos, conflitos e paixões...
Sua presença serena oculta uma fera feroz
Que passa da paz à guerra no debulhar das emoções...

Tantas são as sensações que seu ser assim exala
Ao místico vento que as tatuagens em sua clara pele tange
Da tristeza ao prazer, tudo em si, por si, se iguala

Muito além que as delgadas pétalas da sakura flor abrange ...
Do turbilhão de sentimentos que seu coração embala
Transbordam neste mar de amor chamado Solange...


 João Carlos L.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

LÁGRIMAS...

Lágrimas
Às vezes regam a flor da tristeza
E também a semente da alegria
Lágrimas
Encharcam o coração de nobreza
Ou o espírito de euforia

Lágrimas
Formam sinuosas trilhas no rosto
No choro de uma presente saudade
Lágrimas
Ao tocar os lábios tem o salubre gosto
Da prisão ou da liberdade...

Lágrimas
Marcam a aflição de um desejo
Ou do gozo, o lúdico prazer
Lágrimas
Derramadas num último beijo
Ou por alguém que acabamos de perder...

Lágrimas
São como rios carregados de sensações
Que correm para um outro oculto mar
Lágrimas
Nas lembranças que trazem as canções
Ou neste meu afã irresistível de viajar...

Lágrimas
Que derramo quando lembro dos meus pais
Que se foram sem eu lhes pedir perdão
Lágrimas
Que vem tanto dos sorrisos, quanto dos ais
Deste peito inundado de emoção...


João Carlos L.




segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MADRUGADA SEM SONO...

É soturna a madrugada...
O vento sopra e o ar esfria
Ouço o farfalhar das folhas na calçada
Enquanto a Lua em forma de foice tudo espia
Sons aleatórios sustam meu sono
No breu da noite, corpo e abandono...

Abro a janela e me invade o nada
O frio arrepia e incomoda meu respirar
Sombras dançam sob a luz da estrela pálida
E ouço passos distantes a caminhar...
Algo me dói no peito num sentir tão tarde
Talvez o nome dessa dor seja saudade...

Vejo fantasmas que dançam na esquina
Sob os faróis dos carros em movimento
O catador de lixo em sua triste sina
De tirar das sobras dos outros o seu provento
Lanço meu olhar além do que o pensar alcança
Sob a luz mortiça de minha tosca esperança...

Meus olhos tremem quando o sono de novo chama
E meu o corpo cansado reclama repouso
Deito lentamente no altar de minha cama
E de lutar contra Morfeu sequer eu ouso
Mas fechar as pálpebras se torna uma tentativa vã
Pois a claridade do Sol me avisa, que já é de manhã...


João Carlos L.





segunda-feira, 29 de agosto de 2016

BORBOLETA THAIS...

Dança ao vento
Sutil
Em seu livre movimento
Frenético, febril

Suas translúcidas asas
Como um colorido papel
Nos jardins de tantas casas
Contrastando com o céu

E vem ela bamboleando
Sob esse Sol quase primaveril
Vem tão delicada dançando

Tão viva, independente e pueril
Vem voando pra mim, vem me fazer mais feliz
Essa linda borboleta, a quem chamo Thais...


João Carlos L.





domingo, 28 de agosto de 2016

ASAS...


Dia a dia tenho deixado minhas asas crescerem...
Não sou como alguns que têm medo de voar
Mesmo não sabendo exatamente para onde ir
Mas no fundo eu sei...
Minhas asas normalmente crescem a noite
Quando relaxo os músculos e a mente
Posso ouvir no silêncio da madrugada
O crepitar de seu crescimento...
Espero que sejam asas grandes
Grandes o suficiente para o voo que pretendo e preciso dar.
Há tempos sonho em meus voos noturnos, soturnos
Por sobre os telhados e prédios do bairro onde moro...
Por sobre o Corcovado, o Pão de Açúcar, a Guanabara
O Museu do Amanhã...
Singro por ares que jamais voei, em sonhos
Por entre nuvens brancas e cálidas
Por entre desejos sutis e ardentes
Por entre as palavras
Palavras que nutrem meu coração e espírito...
Voar...
Ato único e poderoso de liberdade
Por isso cultivo minhas asas
Asas negras como eu.
Que crescem mais depressa na lua cheia
Que crescem enquanto durmo e sonho
Que crescem enquanto diminuo dentro de mim
O apego e interesse por coisas sem sentido
Ou o sentimento por pessoas que fingem sentir.

Cultivo asas negras e noturnas
Como as de um gigantesco corvo
Ou como uma enorme coruja
Em seu voo predador.
Sou predador das distâncias e limites
Da ignorância patética e do desamor
Sou um viajante de asas negras...
Asas que só eu vejo crescer
Que cuido em silêncio e com capricho
Para numa noite dessas voar
Ou quiçá sob a luz do sol crepuscular
Alçar um voo plástico, alto e pra longe
E assim encontrar outras asas que também queiram voar
Para bem longe da apática mesmice
Dos sentimentos frouxos e sem sentido...


João C. Lima

sábado, 27 de agosto de 2016

É AMOR...

É assim...
Sempre é assim
Quando a vejo na rua
Seus cabelos ao vento
Quando ela me toca
Com sua mão úmida e nua
Em meu peito ondas provoca
Numa explosão única de sentimento...

É assim...
Sempre é assim
Quando ela chega e beija
Brejeiramente minha face
Mexendo com todo meu sentir
Deste cara que silencioso a deseja
Deixa cair sem querer o disfarce
E vejo minha pueril rigidez ruir...

É assim...
Sempre é assim
Quando ela me diz seus sonhos
E me sinto inebriar por sua voz
Seus lábios a se mexerem observo
Mas só a timidez a ela proponho
Na união desses corações tão sóis
Calado diante desse amor sou servo...

É assim
Sempre é assim
Quando vou ao encontro dela
Penso tantas coisas lhe dizer
Mas diante dela só sei sorrir
Ela que invade meu viver, a bela
E revira pelo avesso meu ser
Revelando do meu amor todo sentir...


João Carlos L.



domingo, 27 de março de 2016

ANDO ASSIM...

Ando assim, muito cansado
Dessas conflituosas pelejas
Dessas guerras nada santas
De tentar entender o que desejas...

Ando assim, muito calado
Dessas palavras sem sentido
Dessas batalhas já perdidas
De falar sem ser ouvido...

Ando assim, muito sombrio
Dessas sombras quase vivas
Dessas trevas permanentes
De penumbras tão altivas...

Ando assim, muito estressado
Dessas pressões do dia a dia
Dessas discussões sem fundamento
De viver sem alegria...

Ando assim, muito perdido
Dessas rotas sem rumo
Dessas vias sem destino
De estradas onde sumo...

Ando assim, muito triste
Dessas sensações descompensadas
Dessas tardes tão sofridas
De ver que tudo é quase nada...

Ando assim, muito sentido
Dessas paixões cheias de dor
Dessas noites sem romance
De morrer sem seu amor...


João Carlos L.