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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

TORRENCIAL...

Ela chega sempre intensa e completamente assim
Temporal atemporal que jorra inteira nos espaços do meu ser
Quando nessa cama, feito um mar ardente, se atira sobre mim
Provocando contínuas e torrenciais tempestades de prazer...

E se seus cabelos revoltos, o ar, como raios, chicoteiam
As ondas emanadas do seu corpo chegam quase a me afogar
Quando nossos corpos entre tempestades e marés, revolteiam
Este quarto parece um barco num maremoto em alto mar...

E posso senti-la se despejar em minha alma, aos borbotões
Enquanto uma poderosa chuva de prazer vem nos cobrir ao final
Me sinto aquele menino africano, das estepes, enfrentando as monções

E por fim vem o mar do seu corpo me envolver como um litoral
No brilho do seu olhar vejo chegando outras ondas, temporais e emoções
Num suspiro, ela deixa de ser, pra noutro ser outra vez torrencial...


João C. Lima.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

DESAPEGO...

Digo e tenho tentado, como sempre tento e digo
Desprender-me de tantos e aleatórios sentimentos
Eu que tenho caminhado só, sem uma paixão ou amigo
Por meus interiores lugares e por íntimos momentos...

E se desprendo do meu corpo, minha carcomida alma
Dos meus dedos vão-se todos os possíveis anéis
Troco minha contida fúria, por uma incontida calma
E o som renitente de minha voz, pela paz de nenhum decibéis...

Jogo ao limbo alguns antigos e infelizes amores
A chorar lágrimas do passado no presente me nego
Nem sentir no peito aquelas mesmas e repetidas dores...

E se o desejo e a fé, em meu coração embargado ainda carrego
Então troco o breu da noite pela luz da manhã e suas cores
E sinto crescer em mim, a intensidade serena desse desapego...

 
João C. Lima.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

O AMOR QUE VEM...

Sinto a brisa morna minha face sutilmente tocar
Quando chega a tona aquela mesma emoção
Lambem as minhas pernas as ondas do mesmo mar
Que transborda de desejos em meu coração...

Se o cristal de uma lágrima no rosto sinto rolar
É porque explode o sentimento em sua imensidão
Se meus lábios balbuciam sem saber o que falar
É porque fala por mim em meu olhar toda expressão...

Chego a sentir quando toca em minha pele assim
A sensação que essa doce voracidade contém
Transborda em múltiplas cores dentro e fora de mim

Me fazendo tanto senhor quanto refém
Leva-me ao início quando pensava estar no fim
Batendo forte em meu peito, anunciando o amor que vem...



João C. Lima.

domingo, 10 de abril de 2022

RENASCENTE...


Das cinzas resgatei meu coração
Tão dorido de infrutíferas paixões
O entreguei por inteiro aos fervores da emoção
E às tempestades repentinas das seduções...

Saí em busca do verdadeiro amor, então
Com minha alma desgarrada e perdida em inflexões
Buscando uma luz em minha própria escuridão
Tentando alcançar do sentimento as dimensões...

E tantas vezes me encontrei desencontrado de mim
Vendo tanto sentir sem sentido à minha frente
Caminhando quase sempre à beira do que for fim...

Querendo viver um jeito de amar independente
Ansioso espero por alguém que traga enfim
Para toda vida, um amor renascente...



João C. Lima.

domingo, 12 de dezembro de 2021

UM RENASCER DE AMOR...

Um amor nobre, tão doce e sereno
Que venha num vôo suave resgatar meu coração
Um amor tão doce e sereno, pleno
Pra vencer a vilania da tristeza e da solidão...

Um amor sutil, cheio de prazer e delicadeza
Que venha espalhando toda sua paixão ao vento
Um amor prazeroso e delicado, incontido na sutileza
Como do mar as ondas em seu contínuo movimento...

Um amor que venha minha alma rejuvenescer 
Eu que já vivi tantos sonhos e pesadelos de amor
Decidi que não quero ver o meu coração entristecer

Nem cultivar ou reflorir em meu peito jardins de dor
Ver dentro de mim o amor radiante renascer
Como um Sol que nunca mais vai se por...



João C. Lima.

domingo, 5 de dezembro de 2021

MOÇA DO CERRADO...

Quem é ela, que sem perceber faz meu coração acelerar?
Quando chega com sua doce e agreste beleza
Espalhando uma tímida sensualidade no ar
Seus cabelos soltos a se confundirem com a Natureza...

E seus olhos castanhos lagos onde certamente vou me afogar
Ou na sua pele de ouro morena, da mistura de raças toda riqueza
A seda dos seus rubros lábios que desejo com os meus tocar
Unindo o meu corpo ao seu, sem qualquer sutileza...

Quem é ela, que parece estar por onde passo, em todo lugar?
Eu que caminhava tão sem destino, para esse planalto fui destinado
Sem saber onde meus sentimentos iam por assim aportar...

Quando dei por mim, por seus encantos me vi encantado
Eu que a tanto tempo tenho me privado de com um amor sonhar
Sinto agora meu coração entrelaçado ao dessa moça do cerrado...



João C. Lima.

domingo, 19 de setembro de 2021

ASAS DA SOLIDÃO...

Nesta nebulosa madrugada...
Ouvi de asas um ruflar
Quando na varanda assombreada
A solidão serena veio pousar...

A Lua leitosa e amarelada
Entre nuvens noturnas a se esgueirar
Enquanto na varanda anuviada
A solidão silenciosa veio espiar...

Colhendo lágrimas do meu rosto 
Que escorreram cristalinas nesse chorar
Sentindo na boca o amargo gosto

De quando a tristeza vem me beijar
Transformando o viver em algo tosco
Com suas escuras asas vem me abraçar...



João C. Lima.