Ela toma seu café olhando a chuva que cai lá fora
E as gotas que escorrem contraluz colorindo a vidraça
O vapor quente da caneca na umidade do ar evapora
Enquanto a simbiose entre nós qualquer silêncio ultrapassa...
Ela sorri, sibilando palavras como quem versos decora
Ao mesmo tempo que uma terna sensação nossas almas abraça
Mal contemos o tamanho do bem querer que nos devora
Deixando que a costura do destino nossa vida refaça...
Com as duas mãos ela segura a caneca de café ainda quente agora
Olhando a chuva caindo vigorosa e lenta, que lá fora não passa
Deixamos qualquer dor do passado as águas da chuva levar embora
Como o calor do nosso sentimento que o ar ao nosso redor embaça
A necessidade de se viver no presente o que deixamos escapar outrora
Na linha tênue que a emoção entre nós dois irremediavelmente traça...
João C. Lima.