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terça-feira, 28 de outubro de 2014

AMOR, TERNA FERIDA... DAQUELA QUE NUNCA SARA.

Amor, terna ferida
Daquela que nunca sara
Dor de uma cura perdida
Que remédio algum repara...
 
E quanto mais se faz doída
Quem sente não se separa
Feito alma sem corpo moída
Quando diante da morte depara!
 
Deixa-se sangrar nessa lida
A nada essa hemorragia compara
Como a mente do suicida
Ou do pervertido a tara!
 
E se faz tão e quão renhida
Como do bambu flexível vara
A curvar-se pela vida
De forma subitamente rara
 
É feito terra desconhecida
Que nem todo coração encara
Como um venenoso herbicida
Matando do sentir, flor mais cara...
 
Força que transcende, incontida
Trem que em estação alguma para
Passagem no tempo, só de ida
Que em infinitos trilhos dispara!
 
Em todo ser se faz sentida
Onde nem a razão se ampara
Aos céus do prazer é impelida
E Deus de frente encara!
 
Amor, terna ferida
Daquela que nunca sara...
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

SEUS DEDOS...


 Gosto de sentir assim seus delicados dedos
Entre os ásperos dedos da minha mão
Como que a espantar súbitos medos
Massageando meu ego e coração...
 
Preciso sentir assim seus ágeis dedos
A dançar entre as linhas da minha mão
Como que a desvendar meus obscuros segredos...
Revelando as nuances dessa terna paixão
 
Quero sentir assim seus inquietos dedos
Fazendo cócegas no dorso de minha mão
Como que a ensaiar estranhos enredos
Coisas que pensei ter vivido em uma outra estação...
 
Busco sentir esses seus finos dedos
Deslizando pelos contornos rudes de minha mão
Resgatando meu ser  como um brinquedo
Dos abismos perpétuos da solidão...
 
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.