A brisa sopra quente... Como que a derreter nuvens no céu
Nuvens em formas desconexas e descontentes
Como que a quererem derramar sobre nós seu fel
Nós seres tão pequenos e dementes
Que buscamos no infinito um "possível" Deus...
E nuvens se formam acima das montanhas azuis
Numa dança sem ritmo e sem noção
Anseiam roubar do Sol sua luz
Como quem vem "louvar" a escuridão
E na noite formam um manto opaco e disforme...
E as nuvens correm pelo espaço sem rumo ou direção
Nuvens tantas nuvens, tomam o céu em curva
Nublam todo sentir, ou oque vir do coração
E tentam tornar no sentir a alma turva
Mas se dispersam quando a emoção tudo toma pra si...
Há nuvens sobre os arranha-céus, presas, suspensas
Prontas a derramar toda água sobre a cidade
Escuras, compactas, imóveis e densas
Como todo sentimento que nos remeta à saudade
Nuvens são como nós...
Intensas, mas que se diluem, se desmancham
Em lágrimas... Em chuva...
Beijos e abraços enfeitiçados