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terça-feira, 28 de maio de 2013

UMA LÁGRIMA DE DOR TARDIA...

Piso na laje fria...
E uma lágrima de dor tardia
Vem meu rosto lavar...
E se meu pensamento vaga sem rumo
Nas madrugadas chuvosas onde não durmo
Não tenho também razão para acordar...

Ouço vozes e sussurros...
Entremeados com outros urros
Que vem da rua lá embaixo vazia
Inquieto rolo na cama deserta
Enquanto uma ânsia meu peito aperta
E rola uma lágrima de dor tardia...

Neste quarto vejo vultos
E em minha mente estranhos surtos
Vem meu sonho de assalto tomar
Como quando piso nessa laje fria
E aquela velha lágrima de dor tardia
Vem meu rosto sutilmente lavar...

E uma música distante soa
Enquanto o desejo bem alto voa
Sem saber ao certo onde quer ir...
E na penumbra desse quarto vazio
Troco a oração pelo cio
E esqueço como fazer pra sorrir...

Caminho perdido pelo apartamento escuro
Sem saber que a mim mesmo procuro
Como meus pés descalços na laje fria...
O choque frio me traz tantas e tamanhas lembranças
De amores perdidos nessas turvas distancias
Enquanto vem lavar meu rosto...  Uma lágrima de dor tardia...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 26 de maio de 2013

ESTRANHO SER CHAMADO DESTINO...

Que ser é esse tão silenciosamente estranho?
Que antecipa cada passo que damos nessa vida
E naquilo que venha culminar num desenlace...
O destino...
Um ser tão vago e nada vazio... Que traz em seu bojo
Algo além daquilo que esperamos... Que pensamos... Que nem sonhamos em ser ou ter.
É uma eminência obscura, que nos traz uma certa insegurança
Tão obscura que nem Deus ousa querer duvidar
Que sela a projeção de nossas vidas... Desde o nascimento... Até sempre
Mas o que nos destina o Sr. Destino
Com sua arrogância e independência, tão conhecidas e naturais
Ele se impõe acima de nossos objetivos, mesmo quando tentamos dele nos esquivar.
Sua força não é forçada, agindo sempre de modo paralelo ao nosso
Sem que possamos notar sua presença, sua onipresença...
Sim, é claro que podemos modificá-lo em sua essência
Mas não em sua totalidade, porque de alguma forma, ele sempre estará lá
Dando o ar de sua "graça", mesmo que graça nenhuma tenha nisso.

O destino
Estranho ser ou deus, quem sabe, de nossas vidas
Dono das linhas paralelas que percorrem invisivelmente o Universo
Que passa e ultrapassa cada alma, cada mente, cada ser
Estamos ligados, real e virtualmente por esse poderoso ser
Que modificamos, moldamos, descaracterizamos e repaginamos a cada dia
Mas jamais conseguimos tocar sua espinha dorsal... Seu núcleo... Seu âmago...

Ele é um poderoso fluxo, uma espécie de vórtex, que sem notarmos nos conduz
Nos leva numa torrente de acontecimentos, numa furiosa e mística correnteza de atos
Como uma peça de teatro inacabada, com seu atos suspensos no tempo e no espaço...

O Tempo pai de todos nós é aliado frequente do Sr. Destino...
Parece acelerar quando se aproxima seu desfecho quando o destino está pronto para realizar mais um de seus atos...
Passo a passo... Ele se molda e modela o que podemos ser, o que podemos ter...
Nos resta viver sem temer o futuro... O desenlace... Porque certamente nem mesmo o destino pode com absoluta certeza precisar o seu destino...


Beijos e abraços enfeitiçados.

CORAÇÃO NAVEGADOR...


Meu coração é um veleiro, com velas abertas ao vento
Levando como tripulantes: as sensações, as emoções
E a rudeza profunda que existe em todo sentimento
Conduzido pela bússula das minhas perdidas aspirações.
 
Este veleiro enfrenta dos mares muitas procelas
Atravessando maremotos causados pelos amores extremos
Tempestades de desejo a rasgar suas velas
E um resto de bom senso que na paixão sempre perdemos...
 
Meu coração é um veleiro, sempre pronto a aportar em outras terras
Não se importando quantos mares terá que ainda percorrer
Seja nos momentos tranquilos ou noutros tantos de guerra
 
Meu coração vai atravessando esses mares sem quase nada temer
Até que um dia aporte em algum cais onde essa vida se encerra...
E num outro novo mar ele possa outra vez navegar e viver...
 
 
Beijos e abraços enfeitiçados.

OUTROS AMORES...


Outros amores passaram por aqui mais cedo
Trazendo coisas novas, outros sonhos e medo
Arranhando meu coração quase sempre tão ferido
Me deixando mais só,  mais sem noção
Ma fazendo ficar meio sem rumo... aturdido
Catando restos e sobras da solidão...
 
Outros amores por aqui passaram como o tempo passou
Levando quase tudo do pouco que de mim restou
Amores estranhos que no fundo sei que também amei
Nos quais minha vida entreguei quase por completo
Mas nem tudo sempre acontece como sonhamos
Pois esse viver é de surpresas repleto
E mesmo na dor outras dores superamos...
 
Outros amores cruzaram os meus caminhos... tantos
Em meio a alguns sorrisos e outros prantos...
Em meio a verdades e alguns desvarios
Vou sem saber onde quero hoje chegar
Trago nos lábios a lembrança de outros beijos
E no peito a ansiedade de amar
Um amor acima de antigos desejos...
 
Outros amores passaram nessa longa jornada
É quase sempre assim quando o coração ganha a estrada
A estrada da vida e dos solitários sentimentos sem fim
Com eles se foram sonhos bons e noites sombrias
Que se abateram inclemente sobre mim
Aflorando emoções complexamente tardias...
 
Outros amores... tantos amores que passaram
Entre desejos e dores tão intensos que a razão ultrapassaram
E deixaram marcas indeléveis no coração deste poeta
Hoje revivo essas páginas doces e acres em tantas cores
Armações que o tempo sem pedir licença, arquiteta
E me faz reviver antigos amores... outros amores...


Beijos e abraços enfeitiçados.

domingo, 12 de maio de 2013

MANHÃS DE MAIO...




O Sol desperta em nuances entre o amarelo e o vermelho
E acima da abóbada do céu um azul turquesa, dá lugar ao celeste
Desperto às cinco horas, ainda encontro acesas as luzes das ruas
Enquanto de pessoas e automóveis essa cidade se veste...

E uma brisa fresca e suave vem soprando por toda parte
Vejo nuvens pinceladas num céu azul tão claro...
Saio ás ruas e deixo o Sol da manhã abraçar meu corpo
Com seu calor tão bom e aconchegantemente raro...

Vem e sem cerimônia despeja seus tons sobre a cidade maravilha
Esse mês que nos brinda com sua luz em esfuziante ensaio
A Baía da Guanabara sob essa vibração toda fervilha

Tamanha energia que me leva na vertigem quase a um desmaio
Por instinto sigo pelas ruas sob a clareza do Sol em sua trilha
E me envolvo por inteiro na beleza dessas manhãs de Maio...


Beijos e abraços enfeitiçados.