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terça-feira, 28 de maio de 2013

UMA LÁGRIMA DE DOR TARDIA...

Piso na laje fria...
E uma lágrima de dor tardia
Vem meu rosto lavar...
E se meu pensamento vaga sem rumo
Nas madrugadas chuvosas onde não durmo
Não tenho também razão para acordar...

Ouço vozes e sussurros...
Entremeados com outros urros
Que vem da rua lá embaixo vazia
Inquieto rolo na cama deserta
Enquanto uma ânsia meu peito aperta
E rola uma lágrima de dor tardia...

Neste quarto vejo vultos
E em minha mente estranhos surtos
Vem meu sonho de assalto tomar
Como quando piso nessa laje fria
E aquela velha lágrima de dor tardia
Vem meu rosto sutilmente lavar...

E uma música distante soa
Enquanto o desejo bem alto voa
Sem saber ao certo onde quer ir...
E na penumbra desse quarto vazio
Troco a oração pelo cio
E esqueço como fazer pra sorrir...

Caminho perdido pelo apartamento escuro
Sem saber que a mim mesmo procuro
Como meus pés descalços na laje fria...
O choque frio me traz tantas e tamanhas lembranças
De amores perdidos nessas turvas distancias
Enquanto vem lavar meu rosto...  Uma lágrima de dor tardia...


Beijos e abraços enfeitiçados.

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