O vento sopra e o ar esfria
Ouço o farfalhar das folhas na calçada
Enquanto a Lua em forma de foice tudo espia
Sons aleatórios sustam meu sono
No breu da noite, corpo e abandono...
Abro a janela e me invade o nada
O frio arrepia e incomoda meu respirar
Sombras dançam sob a luz da estrela pálida
E ouço passos distantes a caminhar...
Algo me dói no peito num sentir tão tarde
Talvez o nome dessa dor seja saudade...
Vejo fantasmas que dançam na esquina
Sob os faróis dos carros em movimento
O catador de lixo em sua triste sina
De tirar das sobras dos outros o seu provento
Lanço meu olhar além do que o pensar alcança
Sob a luz mortiça de minha tosca esperança...
Meus olhos tremem quando o sono de novo chama
E meu o corpo cansado reclama repouso
Deito lentamente no altar de minha cama
E de lutar contra Morfeu sequer eu ouso
Mas fechar as pálpebras se torna uma tentativa vã
Pois a claridade do Sol me avisa, que já é de manhã...
João Carlos L.
Nenhum comentário:
Postar um comentário