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sábado, 1 de junho de 2013

CARNE ORVALHADA...

É madrugada... Corpos suados se misturam e se devoram
Enquanto lá fora a bruma branca vaga vem
Tomando as ruas ao redor deste prédio tão silencioso
Como se fosse um lugar onde não há ninguém...

O desejo foge por entre gemidos e incontidos sussurros
E nos delírios bocas e peles, se beijam e se colam
No afã perdido entre lençóis outrora brancos...
No voo das emoções que em todos os sentidos decolam.

E na vidraça da janela o orvalho vem e se derrama
Escorrendo como rios em busca de um outro mar
São mãos nervosas em busca de algo que não perdeu
E dos lábios sedentos querendo sua sede saciar...

A Lua branca brinca de esconde-esconde...
Aparecendo e sumindo entre as nuvens cinzentas
Iluminando a trilha do orvalho caído na grama
Deixando mais frias essas madrugadas nevoentas...

Não sei porque ainda sinto aquelas velhas dores
De amores findos, mas também mal resolvidos
Dos arranhões que todo coração apaixonado fere
Como livros comprados há anos, mas que nunca foram lidos...

O cheiro do orvalho da madrugada, na relva rala
Penetra minhas narinas viciadas no cheiro dela
A dama louca que abalou minha pouca estrutura
Transformando minha bonança numa procela...

A carne nua, tenra e morena, dessa louca dama
Junto à minha pele, assim está como que atada
Enquanto lá fora a bruma fria na relva dança
E entre beijos e lágrimas, jaz nossa carne orvalhada...


Beijos e abraços enfeitiçados

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