Nesse atípico Carnaval sem carnaval, mesmo assim
Vamos nós dois separadamente juntos num cordão sem fim
No imaginário desfile de nossos blocos, assintomáticos e sem enredo
Estranhos foliões solitários, travestidos de esperança e medo
Somos todos, somos muitos, de realidade fantasiados
Alucinados, tão sem rumo, de ilusão e dúvidas disfarçados
Com nossas máscaras brancas cirúrgicas ou coloridas de pano
Desrespeitando o desrespeito nesse festim desumano
Nesse carnaval do vírus matando e dos distanciamentos sendo burlados
Misturamos álcool em gel com confete, sem oxigênio ou cloroquina
Enquanto dia após dia muitos vão sendo entubados ou enterrados
Somos insólitos pierrot e colombina esperando pelo milagre da vacina...
João C. Lima.
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