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domingo, 22 de agosto de 2021

PLANALTO...

A grama queimada crepita sob o Sol branco e cáusticante
Um vento que vem e sopra num misto de quente e frio
Nas edificações ao redor um tom gélido e exuberante
E meu coração que chora na imensidão desse vazio...

Um mendigo fuma crack deitado na escadaria íngrime e infinita
Enquanto um carcará dança desengonçado sobre os telhados
Meu olhar se desvia furtivo ao passar de uma moça bonita
E no asfalto escuro automóveis cruzam assim desembestados...

O ar de tão seco racha os lábios e ofende minhas narinas
Mas esse vazio das ruas é que me deixa incomodado e aturdido
Nessa cidade sem mar, morros, botecos ou esquinas...

Sigo aqui tão solitário quanto perdido...
Cumprindo sob os olhos de Ogum minhas tantas sinas
Pois mesmo quando derrotado, nunca me dou por vencido...



João C. Lima.

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