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segunda-feira, 27 de julho de 2020

LUXÚRIA...

Éramos tão comedidos em nossas conversas formais
Em meio a tantas palavras, cafés, canções e poesias
Nem imaginávamos esse turbilhão de desejos carnais
Que nos levaram da morna realidade às febris fantasias...

De repente num furtivo beijo incendiaram-se labaredas
Foi tão rápido e surpreendente que a razão nos perdeu
Boca na boca, mãos nas mãos, explorando sensuais veredas
Onde meu corpo se misturou ardente a ardência do corpo teu...

E na penumbra daquele quarto, naquela noite diferente
Enchemos o ar de cio e sedução, poucos sons e muito prazer
Nos redescobrimos em nossa ferocidade infrequente
Sem termos tempo para pensarmos em tempo para perder...

Como não ter entre meus lábios dos seus seios os bicos tesos
Ou sentir você beijar meu pescoço suavemente e sem qualquer embaraço
Nossos corpos colados, um ao outro atados, tão livres e presos
Transformando a cama numa espaçonave e o quarto num ponto do espaço...

E nos aprofundamos nessa alucinante viagem de descobertas
Como certas partes de você que jamais imaginei intimamente tocar
Nos embaraçamos em seus cabelos, lençóis e coloridas cobertas
E nos afogamos como náufragos tendo a volúpia como mar...

Seus perfumes naturais invadiram meus poros e narinas
E a mistura de nossos suores nos fizeram por instantes trocar de cor
Entre suas pernas um caminho de sensações tão cristalinas
E ao nos atrelarmos nesse êxtase esquecemos qualquer dor... 

Nos perdemos e nos encontramos entre, beijos inebriantes
Pois, sem percebermos, viramos o quarto de ponta a cabeça 
Quando deixamos de ser amigos e nos vimos amantes
Gritamos para que o mundo lá fora então nos esqueça!

Depois do último gozo, daquela batalha sem cansaço ou labor
Não há em nossos olhares e voz qualquer tom de lamúria
Nossa voracidade foi além do que pueris podemos supor
E nada restou do mundo... Só nós dois... E no ar toda luxúria...


João C. Lima.

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