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sábado, 30 de maio de 2020

PENUMBRADA...

Sem perceber
Bebi da taça rubra do seu amor
Que ao descer rascante pela garganta
Queimou em meu peito numa estranha dor
Deixando em mim sequelas tantas...

Sem entender
Carreguei sua imagem penumbrada
Que nas noites vem meus sonhos roubar
Numa paixão inquisidora e assombrada
Onde eu te vejo, mas não posso te tocar...

Sem sentir
Me apaixonei por sua presença enigmática
Pelo mistério do seu olhar a me sorrir malsã
Você que no sentir é metódica e matemática
Se perdia voluptuosa em meus braços, nas torrentes desse afã

Sem razão
Busquei em você um amor que nunca tive
Querendo arrancar do seu corpo, sua alma e coração
Acreditando que sem seu ser, o meu não sobrevive
De tanto querer, te perdi numa abandonada estação...

Sem noção
Vaguei sem rumo tendo na boca seu terno gosto
Me vejo vazio, tosco, desse amor perdido um refém
Em delírio vou imaginando as nuances do seu rosto
Na penumbra, no mesmo lugar espero... Mas sei que você não vem...


João C. Lima.

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