Aqui onde a bruma desce
Pairando rente a grama
Congelando o orvalho da madrugadaCom a sutileza do frio numa filigrana
Penetra gelando a casa, assim mesmo fechada...
Aqui onde a bruma alcança
Espessa rente a grama
Petrificando do orvalho cada gotícula
Para aquentar o frio, ateando a chama
Ao sorver o vinho da velha vinícola...
Aqui onde a bruma espera
Debruçada rente a grama
Vitrificando o orvalho na relva
Enredando o corpo nessa fria trama
Enquanto meus lábios exploram sua selva...
Aqui onde a bruma descansa
Sonhadora rente a grama
Imobilizando o orvalho lacrimejante
Trazendo lembranças daquela dama
Em meus sonhos de poeta delirante...
Aqui onde a bruma paira
Brilhante rente a grama
Reluzente ao Sol o orvalho aquece
Como quando o corpo dela inflama
E na intensidade do afã meu desejo apetece...
Aqui onde a bruma mora
Acolhedora rente a grama
Absorvendo do orvalho o sumo que for
Enquanto ela me absorve em sua cama
E espanta do meu corpo, o frio, fazendo amor...
João C. Lima.
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