Voa ao vento vão.
Sem rumo
Ou direção
No inverno
Em pleno verão.
Voa longe, meu coração
Buscando outro
Querer então
Sem saber quando sim
Sem perceber se é não.
Voa acima dos prédios
Em construção
Sobre o mar
Na imensidão.
Voa com fictícias asas
Tendo o afã como propulsão
Voa livre
Mas preso a essa paixão.
Na corrente de ar
Da ventania que despetála a estação.
Na brisa que se transforma
Num tufão.
Levando o que resta
Da desilusão.
Do vento frio que gela a alma
Na solidão.
E que quente me ampara
De noite na escuridão.
Vento venta soturno
Leva a minha aflição.
Espalha o que for desejo
Soprando ao longo dessa vastidão.
Leva todo meu pueril sentir
Me leva levemente daqui
Para um novo amor, noutro porvir.
Vento vadio, de meia estação
Me leva suave, em total rendição.
Me leva pelos ares
Entre flores e mares.
Nesse louco amor de perdição.
Me faz refém, carrega meu bem
E no mal que nele encerra vem.
Vento sutil e breve, febril e leve
Vento de ocasião.
Me leva sem amarras
Me carrega contigo.
Numa corrente mágica de ar
Pra longe deste e de todo lugar.
Como um dente-de-leão...
João C. Lima
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