Hoje despertei, com a bruma da manhã a relva beijando
Depositando lágrimas de orvalho sobre o campo verdejante
Vi das árvores mais próximas folhas secas despencando
Como águas claras vertendo de um olhar lacrimejante...
E no meu peito desnudo apertou numa saudosa letalidade
De um tempo que com você sonhei, mas jamais vivi
Quando éramos amantes deslocados numa outra realidade
E deixamos na penumbra do quarto todo desejo eclodir...
De repente o vento quente empurra nuvens sob os céus azuis
Carregadas de loucos desejos, delírios e uma incontrolável vontade
De quando éramos como nuances do outono entre a sombra e a luz...
E nos despíamos sem medo ou pudor, numa ardente naturalidade
Hoje nos vemos distantes à mercê do tempo que nos conduz
Quando sorrimos e choramos na emoção de uma outonal saudade...
João C. Lima.
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