
Acredito que a grande maioria das pessoas tenham alguma vez na vida escutado falar sobre o LIVRE ARBÍTRIO, segundo se diz, e isso podemos comprovar nos acontecimentos do dia a dia, o Livre Arbítrio é uma lei, não uma lei qualquer, mas sim a maior das leis, pois foi criada por Deus. Uma lei tão poderosa, que nem mesmo Ele, Deus o criador, pode burlá-la ou se colocar acima dela. Uma lei que regula a todos nós seres humanos, espíritos, santos, deuses, orixás e etc. A premissa dessa lei seria, que cada um tem a liberdade de ir e vir e de agir conforme determina sua consciência e conduta. Que nós seres humanos seríamos livres para agirmos do modo que desejassemos, claro assumindo o risco e as consequências dos nossos atos. Daí os crimes, daí as atitudes incorretas estarem paralelas aos atos bons e corretos. Daí as pessoas agirem conforme suas cabeças querem, sem temerem castigos,cometendo violências e abusos imperdoáveis. Mas há aqueles que respeitam a lei, e a exercem de modo correto e verdadeiro, mesmo sabendo dessa liberdade, nunca abusam dessa condição e tentam agir de modo honesto e objetivo.
Mas há ainda alguns que parecem esquecer que essa lei existe, e que está em vigor, tentando na base da perssuação agressiva, da manipulação de valores e sentimentos, controlar a vida das pessoas, principalmente daquelas mais crentes, daquelas que creem em Deus e nos Orixás, mesmo na Bíblia ou em qualquer outro livro sagrado. Aqueles que simplesmente tem fé. Isso, ao meu modo de ver, chama-se abuso.
Tentar controlar e manipular as pessoas, através do medo, sobre algo etéreo ou algo totalmente sem razão, é abuso, abuso na fé, na crença e na humildade com que as pessoas encaram a vida, santos e deuses. Mesmo quando se tratam de entidades espirituais, que por existirem em planos paralelos, tem acesso a conhecimentos que nós simples humanos não temos. Mas, que na força da perssuação ou na manipulação de interesses, acabam extrapolando os limites daquilo que é certo, bom e positivo. Ainda mais quando se trata de pessoas plenas em fé, que acreditam naquilo que fazem, naquilo que veem e naquilo que querem para si e para os seus.
Eu, particularmente me enquadro nessas condições, pois desde que assumi minha postura religiosa, espírita cristã, e depois espírita umbandista, jamais cobicei coisas, acontecimentos, pessoas, posturas ou até mesmo posições de cargo ou chefia. Claro que todos nós queremos melhorar na vida, subir degraus, ganhar salários mais justos, mas não acredito que isso possa ser conseguido, conquistado, manipulando forças, energias, pessoas e acontecimentos ao nosso bel prazer, porque certamente o outro lado também tem seus meios, suas forças e energias, pois ninguém nesse mundo está sozinho.
Ando triste com certos acontecimentos que circundam minha fé. Não deixarei de acreditar nas coisas que acredito desde menino, mas jamais irei concordar que as coisas sejam forçosamente manipuladas, que sejam administradas de modo vil ou cruel, porque, acredito que isso fuja totalmente a razão de ser espírita. Não acredito que os Orixás concordem com isso, e nós espíritas convictos que somos de nossa fé, também não podemos acreditar ou aceitar isso. Por essas e por outras que as pessoas abandonam a religião, e se tornam católicos ou evangélicos, onde se sentirão menos cobrados e mais livres e respeitados. Porque a falta de liberdade de agir e pensar, ou a manipulação disso, nada mais é do que uma pseudo ditadura, e nenhuma religião ou fé, suporta tal tipo de conduta, tal tipo de controle e manobra.
Creio que a Umbanda e nenhuma religião necessita disso, acredito que as pessoas de fé como eu façam as coisas por acreditarem humildemente em seus arquétipos, em seus fundamentos, não sendo, no entanto necessário, qualquer tipo de força, de imposição ou de impostura. Jamais abandonarei a minha fé, porque sei no que acredito, mas creio que mudanças são necessárias, na condução dos acontecimentos que circundam qualquer tipo de manifestação religiosa, e que a liberdade de ir e vir não seja manipulada, por homens ou por espíritos, ao seu bel prazer. Sempre vivi baseado nos princípios da minha fé, e espero neles continuar até o fim dos meus dias nesse planeta, que se mudem os meios e os modos, para que a debandada das pessoas rumo a religiões menos manipuladoras ou menos ditatoriais não cresça cada vez mais.
Certo que nem todos os umbandistas passam por tal situação, e sei bem que todas as religiões tem seu meio de manipular seu rebanho, até mesmo para não acontecer a referida debandada. Mas como disse antes, repito, acredito que espíritas como eu, que fazem tudo porque realmente creem, que tem provas mais do que poderosas de que os Orixás existem, não precisam passar por esse tipo de constrangimento. De sentirem-se manipulados, e até mesmo de certa forma forçados a fazerem coisas, que por muitas vezes não valem o valor, que aparentemente tem. Não sou a favor da fé manipulada, pela hipocrisia ou pelo medo. Acredito que ninguém morre de véspera e se somos corretos com nossos fundamentos, com nossa fé e religião, porque haveria dos orixás nos abandonarem? Só porque também podemos exercer o direito de dizer NÃO? De nos negarmos a agir de forma leviana e demente? Ou será que o que vale é o interesse? A conquista do poder pelo poder ou o dinheiro fácil?
Cometi erros em minha vida... Ainda os cometo. Mas jamais exerci ou exercerei pressão sobre as pessoas para que sigam o que sigo, para que acreditem naquilo que acredito, para que hajam como eu, para que creiam nos orixás, só porque eu creio. Posso e exerço essa função no sentido de ajudar as pessoas, isso sim é a base do espiritismo. Mas jamais forçarei baseado nisso, que as pessoas sigam o que sigo ou façam o que faço, isso jamais faria, não acho justo e nem digno. Por essa razão não acredito que os espíritos, as entidades, os orixás ou Deus, forcem a nós seres humanos a seguirmos o que é determinado por eles, não permitindo que exerçamos nosso direito ao Livre Arbítrio.
Acretido sim, no aconselhamento, na palavra clara, sincera e objetiva. Na orientação, sem perssuação. Na coisa feita às claras, com boa vontade e gentileza, no sentido de ajudar, sem forçar. Quando as coisas beiram a ditadura, acho que todo sentido de ser espírita se perde, e passamos de espiritualistas à marionetes, a seres controlados por vaidades, medos, pela desinformação, ou por coisas sem sentido ou razão. Somos seres vivos inteligentes, capazes de compreender a razão verdadeira das coisas, a boa palavra, no sentido de orientar, de guiar, de aconselhar, sempre é e será bem vinda, desde que não venha recheada de pressão ou ditando nosso passo e pensamento. Somos seres livres, erramos e acertamos, ninguém erra porque quer, mas buscamos sempre acertar, porque é isso que queremos para nossas vidas. O livre arbítrio é isso, o direito de acertar e errar, sem culpas, sem medos, sem receios de ser punido por forças, que ao invés de nos protegerem, nos desprotegem, nos fragilizam e nos deixam à mercê da dúvida...
Que exerçamos o Livre Arbítrio, nós seres humanos vivos, e também aqueles que desencarnados, estão de alguma forma a nos vigiar... E que mais do que manipularem nossos destinos, tem o dever de nos orientar, guiar e proteger...
Beijos e abraços enfeitiçados.