
Nada é preciso dizer, nenhuma palavra, talvez pensamentos...
Muitos pensamentos... Perdidos, soltos, sem sentido...
E movimentos rápidos, lentos, suaves e vigorosos
Dos lábios nos lábios
De corpo no corpo
De sexo no sexo...
E tudo num movimento só, como se o mundo se movimentasse junto.
Ali nós dois...
E depois?
Mais e mais movimentos... Suspiros, sussurros, sorrisos e urros...
Mãos nas mãos, pele na pele... Suor.
Embaraçam-se cabelos, pelos, pubianos pelos...
Bocas, mamilos, dedos entre movimentos, descoordenados...
Sem sentido.
Todos os sentidos e sentimentos em aberto.
E aceleram-se os movimentos, e os corações seus batimentos...
Com toda vontade e afã, nessa paralela realidade
Universalidade...
E aceleramos nossos ritmos, descompassados, desmedidos, sem cessar.
Até que sons estranhos são emitidos... Entre movimentos loucos e sortidos
Até uma explosão de prazer sem fim... No eco de todo gozo
Na bonança cálida de todo prazer...
Chegamos assim ao auge de toda essa volúpia
Desse embate onde todos são vencedores
E o que resta são lençõis retorcidos
Uma cama desarrumada
Um quarto empreguinado de cio
Dois corpos jogados, inertes, ofegantes e extasiados...
O cheiro do gozo a invadir narinas
E aquele cansaço gostoso
Que todo corpo sente, depois do sexo...
Beijos e abraços enfeitiçados.